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Homem morre atropelado ao socorrer acidentados

Motociclista não parou, passou entre os veículos e atingiu duas pessoas

Acidente ocorreu na marginal Pinheiros; 'ele fazia tudo para ajudar os outros', diz amigo de vítima

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Um comerciante de 59 anos parou seu veículo na madrugada de ontem para prestar socorro a acidentados na marginal Pinheiros, zona sul paulistana, e acabou atropelado e morto por um motociclista.

O primeiro acidente ocorreu às 3h40 entre um Fox, um Marea e um táxi Pálio Week-end. Ninguém se feriu com o choque. Os três carros, então, pararam na faixa da esquerda. Estavam com pisca-alerta aceso e triângulo a alguns metros, como manda o Código de Trânsito Brasileiro.

Logo em seguida, Amadeu Cardoso Teixeira, 59, e Patrício Peixoto dos Santos, 25, pararam sua Courier em frente aos veículos batidos e desceram para prestar socorro.

Os dois ficaram numa brecha entre dois carros acidentados, de menos de um metro de largura. Acalmavam o estagiário Henrique Braga, 22, que dirigia o Marea do pai, voltando do trabalho. Sem seguro, o carro teve perda total.

Foi quando o motociclista Marcelo Silva de Souza, 23, atropelou Teixeira e Santos, passando por aquela brecha.

O motociclista fraturou as duas pernas, Santos teve traumatismo craniano e está em estado grave. Teixeira morreu antes de chegar ao Hospital das Clínicas.

Os parentes de Teixeira não quiseram dar entrevista. Segundo Ranieri Rodrigues dos Santos, 39, amigo da família, ele já tinha prestado socorro em diversos acidentes. "Ele fazia de tudo para ajudar os outros", afirmou.

Josenildo Florentino, 37, que dirigia o táxi, disse que foi para a mureta com as passageiras por causa do perigo da via expressa.

Segundo o delegado Jaime Pimentel, do 89º DP, em conversa informal com o motociclista, no hospital, ele disse ter tomado uma latinha de cerveja e que não tinha visto a sinalização, mas trafegava em velocidade normal. Sua carteira de habilitação estava vencida desde agosto.

Segundo o delegado, ele se recusou a fazer exame de sangue. Foi indiciado sob suspeita de homicídio com dolo eventual (quando assume o risco de matar), tentativa de homicídio e recebeu a voz de prisão. A Folha não conseguiu contato com ele.

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