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Viagens individuais crescem mais que em transporte coletivo

Deslocamentos em carros, motos e táxis na Grande São Paulo sobem 21%, contra 16% em ônibus, trens e metrô

Apesar de aumento em sistema sobre trilhos de 2007 a 2012, continua dependência excessiva de veículos sobre pneus

MARCELO LEITE EDUARDO GERAQUE CÉSAR ROSATI DE SÃO PAULO

Os deslocamentos por transporte individual na região metropolitana de São Paulo cresceram mais do que os do transporte coletivo.

Entre 2007 e 2012, as viagens feitas com carros, motos e táxis aumentaram 21% --enquanto as por ônibus, trens e metrô subiram 16%.

O resultado integra pesquisa divulgada ontem pela Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo.

Na prática, a metrópole seguiu, com isso, na contramão do que seria desejável do ponto de vista urbanístico.

O levantamento mostra que a população continua com dependência excessiva de ônibus e automóveis para se locomover. Juntas, as duas modalidades representavam 57,4% de todas as viagens.

Simbolicamente, os deslocamentos com carros (12,6 milhões) chegaram até a ultrapassar os realizados de ônibus (12,5 milhões) --embora dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais.

"É fruto das políticas públicas que foram implementadas sempre a favor do carro. Tanto no caso da redução de impostos quanto na construção de obras viárias", diz Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos.

O estudo apresentando ontem é uma amostragem intermediária entre duas pesquisas "Origem e Destino" (OD), a mais abrangente do setor, realizada de dez em dez anos.

Ele se baseia em 8.115 entrevistas domiciliares, contra as 30 mil da OD de 2007.

Em 2012, as viagens de transporte coletivo somavam 54,3%, contra 45,7% das por transporte individual. Em 2007, as cifras eram 55,3% e 44,7%, respectivamente.

INCENTIVO

As viagens de ônibus tiveram aumento menor (13%) que as de automóvel (19%) e abaixo da média geral (15%). Houve também um acréscimo acentuado da utilização de motocicletas (44%).

De um lado, ganha peso a opção individual --que reflete, ao menos em parte, a política de incentivos fiscais para a compra de autos e motos mantida pelo governo federal.

O aumento é puxado pelas classes mais baixas e incentivado pela questionável qualidade de ônibus, metrô e trens.

De outro lado, os crescentes congestionamentos empurram parte da classe média para o transporte coletivo.

O problema é que permanece a predominância de veículos de capacidade mais limitada e mais poluentes que os deslocamentos sobre trilhos, cuja rede é muito pequena.

Diante da supremacia dos ônibus, a notável alta do número de viagens de metrô e trens --respectivamente 45% e 62%-- acaba tendo efeito limitado. Não é à toa que elas somam só 12,4% do total.

A pesquisa se refere a 2012, antes da criação de 291 km de faixas exclusivas de ônibus na capital e da prometida expansão de linhas de metrô e monotrilho --78 km-- para os próximos anos da década.

Por outro lado, só em 2013 a frota de carros e motos ganhou 130 mil unidades --ritmo que não deve diminuir.


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