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Justiça determina que Marcola vá para isolamento, diz advogado
Chefe de facção criminosa ficará 60 dias em regime mais rígido, sem visita íntima e acesso a noticiário
Decisão atinge outros três integrantes da quadrilha suspeitos de participar de suposto plano de fuga da prisão
A Justiça de São Paulo determinou na noite de ontem a transferência do principal chefe da facção criminosa PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), com isolamento de 22 horas por dia, segundo seu advogado, Marco Antônio Arantes de Paiva.
A decisão atinge ainda outros três membros da quadrilha --todos suspeitos de participar de um suposto plano de fuga da prisão.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo não conseguiu localizar, ontem à noite, o juiz responsável pelo caso para que confirmasse a decisão.
Marcola, que está preso em Presidente Venceslau (611 km de São Paulo), deverá cumprir pena de 60 dias no RDD em Presidente Bernardes, município da região.
A liminar atende ao pedido das secretarias de Administração Penitenciária e de Segurança Pública, feito à Justiça após vazamento do suposto plano de resgate.
O plano, segundo a versão oficial, era investigado desde janeiro de 2013. Seriam usados dois helicópteros para tirar os criminosos do presídio e levá-los ao Paraguai, passando pelo Paraná.
Segundo investigação das polícias Civil e Militar e do Ministério Público, além de Marcola, seriam resgatados os presos Cláudio Barbará, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista.
Na última sexta-feira, a Justiça havia negado outro pedido de isolamento de Marcola, feito pela Promotoria em 2013, após investigação do PCC com escutas telefônicas.
A decisão de ontem tem caráter liminar (provisório). Segundo Paiva, a internação por 60 dias ocorrerá para que, nesse período, seja apurada a eventual participação de seu cliente no plano de fuga.
O advogado nega envolvimento do seu cliente no caso. Diz que recorrerá da decisão.
Marcola já esteve outras vezes internado no RDD. Nesse regime, o preso fica em cela individual, sem acesso a noticiário, sem direito a visitas íntimas e com apenas duas horas diárias de banho de sol.
No ano passado, o Gaeco, grupo de promotores que investiga o crime organizado, interceptou conversas telefônicas em que membros do PCC ameaçavam fazer "greve branca" nos presídios caso seus chefes fossem para o RDD.
A "greve" consistiria em não comparecer a audiências ou outras atividades. Se as autoridades revidassem, diziam as gravações, a facção promoveria ataques nas ruas.