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Haddad endurece ação na cracolândia

Prefeitura muda estratégia e diz agora que trabalho de guarda terá peso equivalente ao da saúde e assistência social

Em janeiro, município atenuava importância policial; 40% dos usuários de crack desistiram de programa

ARETHA YARAK ANA KREPP DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo decidiu endurecer a ação da Guarda Civil Metropolitana na região da cracolândia.

O prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou ontem que a segurança ganhará peso e que os guardas vão ocupar as ruas para ajudar a acabar com a "feira livre" do crack.

Quando lançou em janeiro um programa para atender os usuários de droga, a prefeitura minimizava a presença da figura policial e defendia uma ação mais centralizada nas áreas sociais e de saúde.

O projeto municipal paga R$ 15 por dia para que viciados trabalhem com varrição. Dois meses depois, os pontos de concentração de venda e consumo de crack persistem.

"Teremos a tarefa de equilibrar as três áreas: saúde, assistência e segurança", disse Haddad. "Não podemos permitir essa permissividade de consumo em vias públicas, o que gerou uma situação de descontrole", afirmou.

No começo do ano, a prefeitura tratava a guarda como um apoio secundário. Ontem, porém, disse que a estratégia de reforçar a presença da guarda já era prevista.

"A segurança é um dos tripés do programa. Se você abrir mão do combate ao tráfico, há comprometimento do programa", disse Roberto Porto, secretário de Segurança Urbana de Haddad.

Até então, a guarda ficava parada com um ônibus em uma área para monitorar as imagens de câmeras. "Agora não estará concentrada ali e irá abranger outras áreas."

O efetivo atual de 50 guardas não deve variar muito, mas a ação será mais ostensiva. "Faremos uma mudança de postura, estaremos mais presente, ocupando mais as ruas e vias", disse Porto, ressalvando que a utilização "de bombas de gás está terminantemente proibida".

Em janeiro, Haddad chamou de "lamentável" uma ação policial que terminou em confronto com viciados.

Nos últimos dias, GCMs se envolveram em confronto com usuários --um deles usou bomba de gás, foi afastado e será alvo de sindicância.

A mudança de estratégia da prefeitura também atinge os estabelecimentos da cracolândia --como bares e hotéis, que, na avaliação da polícia, servem às vezes como base de viciados. Ontem, três bares foram emparedados e lacrados por falta de licença.

Quase 40% dos usuários de crack cadastrados já desistiram do programa da prefeitura na cracolândia. São 158 das 400 vagas iniciais.

Agora, a prefeitura abriu mais 65 vagas, sendo integrados ao programa 79 consumidores que frequentam quase diariamente a cracolândia, mas não moram na região.

Na tarde de ontem, a presença de 70 homens da GCM na cracolândia causou tensão com usuários de crack. Um policial também foi ferido após uma abordagem.

A unidade de apoio a usuários do programa Recomeço, do governo estadual e que atende dependentes, fechou as portas e dispensou funcionários três horas mais cedo.


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