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'Racionamento' não oficial já atinge vários bairros de SP

A Folha ouviu relatos de moradores sobre falta de água em oito deles

Sabesp diz que são casos 'pontuais', com causas como falta de energia para bombear água e vazamentos

ANA KREPP HELOISA BRENHA DE SÃO PAULO

Desde antes da atual crise do sistema Cantareira, uma parcela dos moradores de São Paulo já vive uma situação semelhante à de um racionamento, com cortes de água diários ou semanais.

Moradores de oito bairros ouvidos pela Folha relataram faltas de água recorrentes. Os casos mais graves se concentram na periferia das zonas norte (Brasilândia, Parque Edu Chaves, Tremembé e Tucuruvi) e sul (Jardim Ângela e Capão Redondo).

Há também queixas de cortes prolongados em bairros de classe média e alta, como na Casa Verde e no Brooklin.

Morador da Casa Verde, na zona norte, Otávio Siciliano diz que as torneiras de sua casa secam todos os dias, por volta das 20h. "Quando chego do trabalho, tenho de correr para tomar banho, lavar roupa e louça", diz.

A situação é mais grave no Tremembé. "Sempre faltou água aqui, mas piorou na última semana. Passamos dez horas por dia a seco e quando a água volta vem amarelada, suja. Leva horas para normalizar", afirma o professor Aluízio Torres.

O abastecimento também é irregular no Brooklin, na zona sul. Segundo as moradoras Ana Baccelli e Juliana Crem, a água foi cortada três vezes na última semana, sem qualquer aviso.

No Parque Edu Chaves, moradores dizem que falta água todos os dias há pelo menos duas semanas. Os cortes começam às 21h e se estendem pela madrugada, segundo a caixa Juliana Souza. "Chego do trabalho às 2h da manhã. Só quero tomar um banho e não posso", diz.

No Capão Redondo, comerciantes afirmam que ocorre um rodízio de água há mais de três meses. Dono de um restaurante no bairro, Kleber Silva teve de fechar as portas por cinco dias em fevereiro.

"Fica impossível preparar a comida ou limpar o restaurante sem água. Nosso prejuízo foi de uns R$ 6 mil", diz.

A Sabesp nega que haja racionamento ou falta de água. Sobre o Capão Redondo, diz que o abastecimento é feito durante um período do dia. Este vem sendo dificultado pelo rápido crescimento populacional e pelo calor, que aumenta a demanda.

Um estudo feito em 2011 já situava parte desses bairros em áreas onde o abastecimento de água era deficiente. A Sabesp não informa quais áreas têm problemas de abastecimento atualmente.

Segundo a empresa, as faltas de água são pontuais e podem ter diferentes causas, como vazamentos, quedas de energia que impedem o bombeamento da água e "gatos" (ligações irregulares).


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