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Centros culturais não revitalizaram cracolândia
Tentativas começaram na gestão Mário Covas
Três governos tucanos conseguiram transformar a área da Luz num dos principais polos culturais do país, com três museus e sala de concerto, mas a proposta de revitalizar a cracolândia fracassou.
Cerca de R$ 250 milhões foram gastos em reformas: as da Sala São Paulo, Pinacoteca, Museu da Língua Portuguesa e Estação Pinacoteca.
O uso de projetos culturais como tentativa para frear a degradação na cracolândia começou em 1999, quando o então governador, Mário Covas (PSDB), inaugurou a Sala São Paulo na antiga estação ferroviária Júlio Prestes.
A sala se tornou uma das melhores do país, mas não teve efeito no entorno, segundo análise do próprio governo.
A reforma da Pinacoteca, concluída em 1998, e a criação de outros dois aparelhos culturais --o Museu da Língua Portuguesa e a Estação Pinacoteca-- também não alteraram a degradação na área.
ANTES E DEPOIS
Quando anunciou que faria o Complexo Cultural Luz, em 2012, o governador Geraldo Alckmin vangloriou-se de que a região teria o maior polo cultural do país quando o conjunto ficasse pronto.
Em dezembro de 2013, Alckmin chegou a anunciar que lançaria a licitação para a construção do complexo, mas nada foi feito.
A causa apontada para o fracasso da revitalização é consensual: só prédios culturais são incapazes de dar nova vida a uma região degrada, como diz o arquiteto britânico Richard Rodgers, um dos responsáveis pelo projeto do centro Pompidou, complexo cultural inaugurado em 1977, em Beaubourg, área de Paris que esteve sob ameaça de deterioração.
Em 2005, durante a gestão de José Serra (PSDB) na prefeitura, foi lançado o projeto Nova Luz, que previa a demolição de 23 quarteirões e a concessão de parte da área na região à iniciativa privada.
Desde então, foram gastos R$ 14,6 milhões para o projeto, sobretudo na gestão de Gilberto Kassab (2006-2012).
Após assumir a prefeitura, Fernando Haddad (PT) abandonou o Nova Luz, justificando que o projeto era inviável economicamente.