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Cotidiano

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PMs do Gate vão a júri hoje pelo Massacre do Carandiru

Policiais são acusados de participar de dez das 111 mortes de presos em 1992 na Casa de Detenção de São Paulo

REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

Está previsto para hoje, no Fórum da Barra Funda, o início da quarta etapa do julgamento dos policiais acusados de matar 111 presos na Casa de Detenção de São Paulo, em 1992, no episódio conhecido como Massacre do Carandiru. O júri deve deve durar de cinco a seis dias.

Nesta fase, irão a júri popular dez policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) acusados por dez homicídios e três tentativas de homicídio de presos no último andar do pavilhão.

Dois réus já morreram.

Devido ao grande número de réus e de vítimas, o julgamento está sendo feito em etapas, conforme os andares do antigo prédio. Em 2013, foram condenados 48 PMs pelas mortes ocorridas no primeiro e no segundo andares. Eles recorrem em liberdade.

No mês passado, começaram a ser julgados outros 15 policiais por oito mortes no terceiro andar. A defesa, porém, abandonou o júri após acusar o juiz de ser "parcial" e prejudicar a defesa.

Assim, o julgamento teve de ser adiado e recomeça no próximo dia 31.

Hoje, o juiz será o mesmo das fases anteriores, Rodrigo Tellini. O advogado será Celso Vendramini, que abandonou o júri no mês passado.

Por causa desse episódio, o defensor apresentou uma queixa formal contra o juiz no Tribunal de Justiça; já o magistrado multou o advogado em R$ 50 mil por deixar o plenário e impedir a continuação do julgamento.

O defensor afirmou que, desta vez, não abandonará o júri, e pediu que uma comissão da OAB acompanhe a sessão para fiscalizar o comportamento do juiz. "Meu medo não é o Ministério Público, é o próprio juiz. Só tem animosidade entre a gente", disse.

A Promotoria afirmou que apresentará aos jurados a mesma tese que levou à condenação dos PMs já julgados --de que houve um massacre. Para o promotor Eduardo Canto Neto, os júris anteriores mostram "um não da sociedade à violência policial".

O advogado de defesa disse que não há provas técnicas para condenar os réus. Ainda segundo Vendramini, os PMs do Gate afirmam, desde 1992, que não entraram no quarto andar, como sustenta a acusação, mas no terceiro. "Há erro no processo", disse.


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