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Chuva arrasta carros em SP, mas não alivia falta d'água
Cidade teve 14 alagamentos; enxurrada levou 5 veículos na Vila Madalena
Ventos chegaram a 75 km/h no aeroporto de Congonhas; na região do sistema Cantareira, quase não choveu
A forte chuva que atingiu São Paulo na tarde de ontem alagou ruas, derrubou árvores, afetou a circulação de trens e arrastou carros.
Não teve, porém, impacto sobre a falta de água no sistema Cantareira, que abastece 8,8 milhões de pessoas na Grande SP e está no nível mais baixo da sua história --14,9% da capacidade ontem.
Na Vila Madalena (zona oeste), um Fiat Uno foi levado por 180 m pela rua Gonçalo Afonso, conhecida como Beco do Batman, que concentra grafites.
"Parei meu carro na rua Aspicuelta, antes da chuva. Quando fui buscá-lo, não o vi no lugar em que havia estacionado", diz Sueli Telhada, 60.
"Agora, penso em processar a prefeitura. Não tenho seguro, então como vou fazer?"
Comerciante na região há três décadas, o marceneiro Almir Novaes, 62, disse ter visto, além do carro de Sueli, outros dois sendo arrastados pela mesma rua. "Sempre teve enchente aqui, desde que eu cheguei. Ninguém faz nada."
A Folha contou cinco veículos danificados na área.
SEM ENERGIA
Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, as regiões mais atingidas foram o centro e parte das zonas sul e oeste.
A chuva provocou queda de energia em alguns bairros, como Pinheiros, Vila Madalena e Perdizes, na zona oeste, e Brooklin e Campo Belo, na zona sul.
No aeroporto de Congonhas, onde também faltou luz, os ventos chegaram a 75 km/h.
Houve ainda 14 pontos de alagamentos em vias, 10 deles intransitáveis. As avenidas Roque Petroni Junior e Interlagos ficaram interditadas nos dois sentidos.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou seis quedas de árvores.
A linha 8-diamante da CPTM chegou a interromper por 35 minutos a circulação entre as estações Lapa e Palmeiras-Barra Funda por causa de um alagamento.
SISTEMA CANTAREIRA
Na região do sistema Cantareira, quase não choveu.
Segundo o Consórcio PCJ (que reúne prefeituras, indústrias e entidades de 43 cidades da região de Campinas, Piracicaba e Jundiaí), das 14 estações de medição pluviométrica na região, 12 não registraram chuva.
As outras duas, em Atibaia e Paulínia, registraram 2,2 mm e 0,2 mm de precipitação, índices considerados baixos.
Para hoje, o CGE prevê sol e calor, com pancadas de chuva à tarde ou no início da noite na capital. Amanhã também será mais um dia típico de verão, com sol e pancadas de chuva no fim do dia.