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Alckmin rebate Cabral e diz que água em disputa é 'dos paulistas'

Tucano sobe tom contra governador fluminense e diz que 'o rio Jaguari pertence ao Vale do Paraíba'

Projeto de Alckmin para transpor água de represa do Paraíba do Sul ao sistema Cantareira foi criticado

PAULO GAMA DO PAINEL

Em meio à crise de abastecimento em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) rebateu ontem declarações do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sobre a proposta de interligação de bacias no Vale do Paraíba. Ele afirmou que a água que se tornou objeto de discussão entre os dois "é dos paulistas".

"Quero lembrar ao governador Sérgio Cabral que o rio Jaguari pertence ao Vale do Paraíba, aos paulistas, assim como a baía de Guanabara é dos cariocas", afirma.

São Paulo e Rio de Janeiro entraram em disputa depois que Alckmin levou para apreciação do governo federal projeto que interliga o sistema Cantareira à bacia do rio Paraíba do Sul, que abastece também Rio e Minas Gerais.

Segundo Alckmin, por não envolver diretamente o rio Paraíba do Sul, que é interestadual, mas o reservatório do Jaguari, que faz parte de sua bacia, o projeto não prejudica o Estado do Rio.

"É preciso discutir com seriedade. Nosso projeto não faz transposição nem envolve o Paraíba do Sul. Prevê, isso sim, interligar o reservatório do rio Jaguari ao sistema Cantareira, e não o rio Paraiba do Sul", diz Alckmin.

A obra, que fica pronta em no mínimo 18 meses, liga o rio Jaguari, da bacia do Paraíba do Sul, à represa Atibainha, que integra o Cantareira --que abastece a Grande São Paulo, Campinas e municípios vizinhos, no interior.

O Cantareira está operando com o menor volume armazenado de sua história. Ontem, estava com 14,6% de sua capacidade. A obra proposta por Alckmin não tem impacto imediato, mas é usada para mostrar ação de longo prazo.

'JAMAIS'

Na última semana, Alckmin se reuniu semana passada com a presidente Dilma Rousseff (PT) para apresentar a obra e pedir autorização da Agência Nacional das Águas.

Em seguida, Cabral disse, no Twitter, que "jamais permitirá que se retire água que abastece o povo fluminense" e que "nada que prejudique o abastecimento das residências e empresas do Estado será autorizado".

Sexta-feira, Cabral visitou Dilma e afirmou à presidente que o Rio recorreria à Justiça caso o projeto fosse aprovado. Após a reunião, ele disse que o Estado não toleraria a retirada de "uma gota" de água que pudesse prejudicar o Rio.

"Planejamos um sistema para equilibrar volumes de água em reservatórios paulistas. É um projeto feito por paulistas, para paulistas", rebate o governador tucano.

A avaliação de secretários de Alckmin é que Cabral elevou o tom por razões eleitorais. Ele, que tentará fazer do vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), seu sucessor, tomou a frente para não ser considerado omisso por adversários.

Sobre as críticas de que o projeto poderia reduzir a vazão de água para o Rio de Janeiro, Alckmin afirma que o volume respeita "regulamentação rígida, que não é definida por nós, é definida por uma agência federal".

Sobre estudo do comitê da bacia do Paraíba do Sul, que diz que São Paulo superestima o volume de água disponível, o tucano afirmou que está "disposto a ouvir qualquer recomendação técnica".


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