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Diretor de agência federal defende restrição de água à população de SP

Vicente Guillo evitou a palavra racionamento, mas afirmou que não há soluções no curto prazo

Dirigente da agência defende 'parcimônia' no uso da água e afirma que outra saída é 'rezar para chover'

DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA

Evitando usar o termo racionamento, o diretor-presidente da ANA (Agência Nacional das Águas), Vicente Andreu Guillo, defendeu ontem que sejam adotadas "medidas restritivas" de consumo para que São Paulo não fique sem água antes da temporada de chuvas, em novembro.

"Temos que atuar com cenários restritivos. A população é mais compreensiva do que os políticos imaginam", afirmou, em audiência pública na Câmara dos Deputados.

Guillo defendeu a utilização do "volume morto" (reserva de águas profundas) pelo Estado, mas "com parcimônia", para atravessar o período de estiagem. "Isso só será possível se tomarmos medidas restritivas em benefício da população", disse.

No curto prazo, usar o "volume morto" do sistema Cantareira é a alternativa do governo Alckmin (PSDB) para tentar evitar um racionamento de água antes das eleições.

Para usar o "volume morto" do Cantareira, a Sabesp está realizando obras emergenciais de R$ 80 milhões, que devem acabar até julho.

Especialistas indicam que a água hoje disponível no Cantareira seria suficiente para abastecer a Grande SP até julho. O uso do "volume morto", segundo a Sabesp, seguraria o fornecimento de água por mais quatro meses.

Para Guillo, mesmo com as medidas imediatas, ainda será preciso "rezar" para abastecer as 9 milhões de pessoas atendidas pelo Cantareira.

"E se a chuva não vier no fim do ano? Teremos secado o volume útil e o volume morto' e não haverá mais nenhuma solução técnica possível. A solução é rezar para que chova", afirma.

Foi a primeira vez que o dirigente da ANA, órgão ligado à gestão federal Dilma Rousseff (PT), se posicionou de forma contundente sobre temas sensíveis ao governo paulista: um possível racionamento e o projeto de interligação do Cantareira e a bacia do rio Paraíba do Sul, proposto pelo governo paulista em março.

"Não podemos ser tomados por uma visão bairrista, momentânea, de ver um interesse específico aparentemente resolvido", disse Guillo, em referência velada ao embate que o projeto gerou entre Alckmin e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Presente na audiência, o assessor de gabinete da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Rui Brasil Assis, não descartou a possibilidade de restrições ao consumo de água no Estado.


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