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Paulista tem três manifestações por dia

Segundo dados da PM, já foram quase 1.100 protestos neste ano, 70 deles com impactos significativos no trânsito

Policiais fotografam e filmam manifestantes e enviam o material para o Ministério Público, que avalia se há abusos

ANDRÉ CARAMANTE
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Símbolo da agitação de São Paulo, a avenida Paulista já foi palco de quase 1.100 protestos neste ano, o que dá uma média de três por dia, dos mais variados tamanhos.

Os dados, da Polícia Militar, também revelam que de janeiro até agora houve 70 manifestações no local que causaram um impacto significativo no trânsito da região, onde há sete hospitais, um deles o Hospital das Clínicas.

Há impacto significativo, de acordo com a PM, quando mais de uma das oito faixas é bloqueada (cada lado da avenida tem quatro faixas).

No rush, 7 mil veículos, entre eles ônibus de 30 linhas, trafegam por hora na via, que, muitas vezes, fica parada por causa dos protestos.

MONITORAMENTO

As manifestações estão mobilizando a inteligência da PM, que passou a fotografá-las e filmá-las, além de rastrear páginas na internet, tudo para tentar responsabilizar quem bloqueia a Paulista.

Os dados são encaminhados para o Ministério Público Estadual, que pode ou não entrar com uma ação civil contra os manifestantes.

Antes, quem fazia o monitoramento e enviava os dados aos promotores era a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da prefeitura.

PROCESSOS

Dezenas de processos chegaram a ser abertos na Justiça, alguns deles contra a Apeoesp, o sindicato dos professores estaduais paulistas.

As punições previstas, como multas, porém, nunca chegaram a ser aplicadas.

Atualmente a Apeoesp é alvo de um processo referente a um protesto feito na avenida Brigadeiro Luis Antônio.

Os órgãos oficiais, incluindo o Ministério Público, não souberam informar quantos processos por causa de bloqueios da Paulista existem atualmente na Justiça.

DIREITOS E DEVERES

A Constituição garante o direito de manifestações públicas. Uma lei municipal de 1996 regula os protestos na Paulista. É necessário comunicar a CET com cinco dias de antecedência ao protesto.

A PM também pede para ser avisada antecipadamente, até para que não haja muitos atos num mesmo dia.

"Todo mundo tem direito de se manifestar. E a PM sabe que isso é lei. Mas as outras pessoas também têm o direito de ir e vir sem ser impedidas por manifestações", afirma o coronel Pedro Borges de Oliveira Filho, comandante da PM no centro.

"Conseguir um equilíbrio é o nosso maior desafio hoje", completa o comandante.

LIMITAÇÕES

De acordo com a PM, manifestações com até 1.000 pessoas no local não afetam o trânsito consideravelmente. "Acima de 1.000 é difícil fazer com que os manifestantes ocupem só uma das faixas da Paulista, e isso afeta o trânsito", diz Oliveira Filho.

Grandes aglomerações na Paulista e os consequentes problemas de trânsito causados por elas obrigaram a prefeitura a limitar, pelo menos, os eventos oficiais na via.

Por um acordo assinado junto ao Ministério Público, só três podem bloquear a Paulista: a Parada Gay, a corrida de São Silvestre e o Réveillon.

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