Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Anhanguera demite 680 professores Docentes eram da Uniban, da UniABC e da Senador Fláquer, instituições adquiridas recentemente pelo grupo Segundo sindicato, é o maior corte em 20 anos; poderá haver outras contratações com valor menor de hora/aula FÁBIO TAKAHASHIpatrícia gomes DE SÃO PAULO Maior rede de ensino superior do país, a Anhanguera Educacional demitiu neste final de ano cerca de 680 professores de três instituições adquiridas recentemente na capital paulista e no ABC. Somente na Uniban da capital, foram cortados por volta de 400 docentes, o que representa metade do quadro. A instituição foi comprada pelo grupo em setembro. Segundo o Sinpro-SP (sindicato dos docentes), é o maior corte numa instituição em ao menos 20 anos. E boa parte dos demitidos são mestres e doutores, ou seja, com salários maiores. Também houve cortes de professores no campus ABC da Uniban, na UniABC e na faculdade Senador Fláquer. Juntas, elas possuem pouco mais de 60 mil estudantes. Nas escolas circula a informação que a Anhanguera contratará docentes para suprir parcialmente o corte, mas com titulação menor e com hora-aula mais baixa. Segundo professores, um mestre da Uniban ganha R$ 38 por hora. A Anhanguera pagará R$ 26 aos novatos. Os dados sobre as demissões foram levantados pelos sindicatos dos docentes. Em nota, a Anhanguera confirmou que houve "desligamentos", sem informar o volume nem como será a reposição. CRÍTICAS "A demissão não teve a ver com a minha aula, foi só por causa da titulação", disse uma docente de psicologia. "Eles estão fazendo uma reengenharia econômica, com prejuízo às condições de trabalho e de ensino", afirma o presidente do sindicato paulistano de professores, Luiz Antonio Barbagli. Outra mudança para 2012 é que os mestres e doutores que permanecerem terão de reduzir suas cargas de trabalho, diminuindo os salários. Legalmente, as universidades precisam ter ao menos 1/3 de professores com mestrado ou doutorado. Mas há o entendimento de que a porcentagem diz respeito ao número de docentes, não à quantidade de aulas dadas. Mesmo antes dos cortes, a Uniban já enfrentava problemas de qualidade de ensino. Na última avaliação federal, a escola teve nota 2 (numa escala de 1 a 5) e foi considerada reprovada pelo governo. Segundo o sindicato dos docentes do ABC, outra alteração é a diminuição de aulas presenciais. No caso da UniABC, os alunos tinham 20 por semana e passarão a ter 9. Os estudantes receberão aulas à distância. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |