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Com PM em greve, Salvador tem saques e recebe Exército

A menos de dois meses da Copa do Mundo, cidade-sede vive onda de crimes

Estado acusa motivação política; ação contra a sociedade não pode ser considerada 'legítima', diz ministro de Dilma

JOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR

O primeiro dia de greve da Polícia Militar da Bahia provocou caos em Salvador ontem, com saques, arrastões e atividades afetadas em escolas e no transporte público.

Os PMs anunciaram a greve na noite de anteontem, a menos de dois meses da abertura da Copa --Salvador é uma das principais sedes do evento e terá seis jogos.

O governo Jaques Wagner (PT) acusou motivação política e pediu reforço de tropas federais, que começaram a chegar ontem --2.500 homens do Exército e 250 da Força Nacional serão deslocados.

Um dos principais motivos da paralisação --a segunda desde 2012-- é o novo código de ética que o governo propôs. Em fase de preparo, ele enquadra o PM em infração disciplinar caso ele seja incluído em cadastros de devedores ou dê entrevistas à imprensa.

Os PMs também querem, dentre outras coisas, gratificações para policiais da reserva e progressão na carreira.

Sem policiais nas ruas, os crimes avançaram ainda na madrugada. Houve saques a supermercados, redes de eletrodomésticos e a pequenas lojas no centro e na periferia.

A situação se agravou porque a Polícia Civil fez paralisação de 24 horas, agendada previamente, e a Guarda Municipal quase não foi às ruas alegando "questão de segurança", segundo o sindicato.

Pela manhã, muitos comerciantes não abriram em Salvador e shoppings tiveram segurança reforçada.

O escasso policiamento nas ruas era feito por policiais de batalhões especiais, como o de choque. No Jardim de Alah, orla da cidade, oito jovens foram presos após um arrastão. Outros 26 foram presos por suspeita de saques. O Estado disse que, no total, cerca de 50 pessoas foram presas em Salvador e imediações.

Grande parte dos ônibus não circulou, e passageiros se acumularam nos pontos.

Escolas e faculdades liberaram alunos. Um jogo do Vitória e o espetáculo da Paixão de Cristo foram cancelados.

A Justiça baiana declarou a greve ilegal e determinou o fim do movimento. Os PMs, contudo, mantinham a paralisação até ontem à noite.

Segundo o comando da greve, a adesão era de 80%.

O líder da greve de agora e da de 2012 é o soldado Marco Prisco, vereador pelo PSDB.

O ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, afirmou que a ação dos PMs é "claramente inconstitucional".

"Quando elas [as reivindicações] se colocam contra a sociedade, trazendo insegurança e um clima social perverso, não podem ser tidas como legítimas", disse.


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