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Nelson Dreux Costa (1953-2014)

Taxidermista que inovou sua arte

WALTER PORTO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Olha, se algum dia eu estiver desenganado no hospital, faz assim: me joga no mar." Nelson Dreux costumava velejar longamente em seu caiaque, acompanhando o nascer do sol, e dizia esta frase aos parentes quando refletia sobre a morte, assunto com que lidava no dia-a-dia.

Nelson era um dos mais renomados taxidermistas do Brasil: seu ofício era conservar animais após a morte para exposição em museus. Mesmo não tendo formação acadêmica, foi amplamente reconhecido por suas valiosas contribuições à área.

Foi dele a ideia de substituir por plástico bolha a serragem que costumava rechear os animais conservados. A mudança fez com que os trabalhos tivessem mais leveza e mobilidade.

Segundo o Museu de Pesca de Santos, cidade onde vivia e trabalhava, Nelson foi congratulado pelo instituto americano Smithsonian pelo pioneirismo.

Era um homem dedicado e pragmático. Ateu, via a morte como um passo natural da existência, mas não gastava muito tempo divagando. Preferia se empenhar no trabalho que amava, chegando a extrapolar suas atribuições.

Encarava seu trabalho como arte, cujo papel último era conferir vida nova ao animal. Sua perícia fez com que colegas o apelidassem "MacGyver da taxidermia".

Lamentava apenas jamais ter sido reconhecido pelo Estado como taxidermista. O serviço público não regulariza a carreira e, até o fim da vida, Nelson esteve registrado como oficial administrativo.

Morreu no último dia 14, de infecção pulmonar. Deixa a mulher e três filhos.


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