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MCs mirins ganham fama com letras sobre sexo e luxo

Funk de Pedrinho, 11, tem mais de 1 milhão de visualizações na internet

Shows de MC Gui, de 15 anos, custam R$ 18 mil; Matheus, 12, canta músicas sobre luxo e ostentação

LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

MC Pedrinho, menos de um metro e meio de altura, está famosinho. Canta, dança, faz shows em casas lotadas. Responde a fãs apaixonadas. Pedrinho, 11, está bombando, mas, a pedido da mãe, nunca beija ninguém.

Seu hit "Dom Dom Dom" tem mais de 1 milhão de visualizações no Youtube e faz referência a sexo oral. "Dom dom dom dom/ Dom dom dom/ Ajoelha, se prepara e...", canta MC Pedrinho, com a voz fina, no Youtube. O fim do refrão é impublicável.

Até sexta-feira, 460 mil pessoas seguiam um perfil no Facebook com seu nome. Contratá-lo para um show custa R$ 5.000. Só neste fim de semana ele fará cinco.

Seu nome é Pedro Maia. Ele cursa a sétima série em uma escola pública da Vila Maria, bairro onde mora na zona norte de São Paulo.

A carreira de Pedrinho no Funk Pesadão -como é chamada a vertente mais "sexy" do estilo musical- começou neste ano com "Dom Dom Dom". Teve mais uma nesse estilo, cujo refrão fala do movimento de uma vagina.

Acabou aí, diz o produtor Douglas Santos, que assumiu a carreira do garoto há um mês. "Nosso foco agora são músicas light, pra tocar na rádio e na TV", afirma. Santos está tentando retirar as várias versões pesadas da internet.

A mãe do garoto, a doméstica Analee Maia, 39, não via problema no Funk Pesadão do filho. "Desde que ele não cantasse na minha frente."

A versão "mais careta", que já toca em três rádios paulistanas, agora é "Dom Dom Dom/ Estava aqui no baile escutando aquele som."

Miúdo, Pedrinho é brincalhão. Faz piada e gosta de jogar Xbox. Dança bem e sonha em comprar uma casa com o dinheiro que ganha -hoje, mora num quartinho com a mãe e três irmãos.

Sua produtora promete que, nos próximos dias, ele se mudará com a família para um apartamento.

"Minha mãe disse que não era pra eu beijar na boca na escola por enquanto", conta ele, envergonhado.

Pedrinho não é um caso único. MCs, como são chamados os cantores de funk, com menos de 16 anos de idade pipocam em São Paulo. MC Matheus Monteiro, de 12 anos, canta músicas sobre luxo. "Vem mulher, dá um rolê de Santa Fé/ Na suíte do patrão, tu escolhe o que tu quer", diz uma delas.

A escolha pelo funk é também financeira. MCs de sucesso ganham bem. Com 21 anos, Guilherme Dantas, o MC Guimê, já recebe R$ 1,5 milhão por mês. Aos 15, Guilherme Alves, o MC Gui, faz apresentações que chegam a custar R$ 18 mil.


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