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Cotidiano

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Vítima tentou proteger a namorada, diz familiar

Médico, morto dentro de uma delegacia no ABC, iria se casar em breve

Outro ferido no episódio havia tido o carro roubado dias antes e reclamou da violência em uma rede social

DE SÃO PAULO DO "AGORA"

O médico Ricardo Seiti Assanome, 27, teria tentado proteger a namorada no meio do tiroteio em que acabou sendo baleado dentro de uma delegacia de Santo André, na Grande São Paulo.

A informação foi confirmada por um familiar do médico ouvido pela Folha. O rapaz e a namorada pretendiam se casar em breve, afirma o tio dele, Cláudio Assanome.

De acordo com o familiar, o casal havia ido até a delegacia para registrar um acidente de trânsito sem gravidade. "Havia sido uma raladinha', nada sério mesmo", disse o tio do médico.

Ricardo só teria ido à delegacia por não ter conseguido prestar a queixa pela internet. As circunstâncias em que o crime aconteceu aumentaram o choque da família.

"Estou abismado", disse o homem. "Imagina, você vai fazer um boletim de ocorrência numa delegacia e toma um tiro."

De acordo com conhecidos do médico, ele trabalhava como pediatra em hospitais na Grande São Paulo. Assanome era formado pela Faculdade de Medicina do ABC.

O médico assassinado morava com os pais em Santo André, no Grande ABC, e adorava pescaria.

Ontem, seus familiares estavam em estado de choque por causa da morte do rapaz que era considerado "um orgulho da família".

"Ele era muito amado. Infelizmente, ele morreu. Queremos que a polícia, no mínimo, apure o que realmente aconteceu", disse outro tio, Elio Assanome.

Ricardo Grillo Perchi Mahlow, que também foi baleado dentro da delegacia, estaria no local por causa de um carro localizado pela polícia.

O homem havia tido o veículo e o celular roubado dias antes, na avenida do Estado.

Em seu perfil do Facebook, Mahlow reclamava da violência. "Vagabundo mete o cano na sua cara, leva tudo que você tem, fica impune e ainda tira onda do sistema", escreveu o rapaz.

Ele também reclamou da ação da Polícia Militar no dia, que não foi até o local do roubo após o crime. "E depois ainda tive que passar a noite no DP", afirmou.

No Hospital Bartira, onde Mahlow foi internado, os atendentes se recusaram a dar informações sobre o estado de saúde dele ontem.

A reportagem tentou falar com os delegados que estavam de plantão 2º DP de Santo André (Camilópolis) na noite de sábado e durante o dia de ontem, mas escrivães afirmaram que eles não poderiam dar entrevista sobre o tiroteio que deixou um morto e dois feridos.

Ontem, policiais informaram que o caso estava sob responsabilidade da Corregedoria da Polícia Civil.

CRIMES

De acordo com o último balanço da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), os homicídios permaneceram estáveis.

Em março, foram 398 casos contra 401 no mesmo mês do ano passado --variação negativa de 0,75%.

No primeiro trimestre, 79.093 roubos foram registrados no Estado --cerca de 20 mil a mais do que o mesmo período de 2013. Isso corresponde a 37 roubos por hora.

Esse tipo de crime aumentou 33,5% no Estado e 44,6% na cidade de São Paulo, no pior desempenho em 19 anos.


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