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Cantareira sobe de 8,2% para 26,7% com reserva emergencial de água

Captação do chamado 'volume morto' visa evitar colapso no abastecimento e dá fôlego à Sabesp

Pela primeira vez na história, governo recorre a estoque de segurança para não impor racionamento

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

Com o início do uso do "volume morto", reserva de água para situações emergenciais, o nível do sistema Cantareira aumentou de 8,2% para 26,7% nesta sexta-feira (16).

É a primeira vez em sua história que a Sabesp utiliza a reserva para evitar um colapso no abastecimento.

Armazenado abaixo do ponto de captação das represas, o "volume morto" não pode ser retirado só por gravidade. Ele precisa ser puxado por bombas, cuja instalação custou R$ 80 milhões.

A reserva é a última saída para que quase 9 milhões de pessoas na Grande SP não enfrentem um racionamento.

O bombeamento começou nas represas Jaguari e Jacareí, as mais distantes de São Paulo. A água bombeada passa por um túnel e segue até perto da serra da Cantareira (zona norte de São Paulo).

A intenção do governo é usar, num primeiro momento, cerca de metade dos 400 bilhões de litros que constituem o "volume morto".

O secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce, disse em entrevista à Folha no início do mês que a ação garantirá o abastecimento da Grande São Paulo pelo menos até março de 2015. O cálculo do governo, segundo ele, é pessimista.

"Não teria rodízio até março considerando o pior cenário possível em termos de chuva e continuando com a racionalização que estamos fazendo [dando bônus para estimular a redução no consumo e utilizando outros sistemas de abastecimento]."

Outra medida anunciada por Arce, a cobrança de sobretaxa de 30% na conta de água de quem aumentar seu consumo, continua engavetada.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a dizer que a cobrança começaria neste mês, mas, até agora, o anúncio oficial não foi feito.

O governo precisa avisar sobre a medida com 30 dias de antecedência para que a população possa se preparar.

O discurso oficial coloca a culpa por ter de usar o volume morto na pior estiagem da história do Cantareira, um dos maiores complexos de abastecimento do mundo.

Especialistas, no entanto, afirmam que, apesar de a seca ser severa, ela estava prevista desde outubro de 2013, o que indica que ações contra a estiagem poderiam ter sido tomadas antes.

"Não sabemos quando essa crise vai acabar, então temos de nos preparar para o pior cenário", disse o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo.

Para ele, o racionamento "é uma decisão particular de cada cidade". "Infelizmente a situação é gravíssima. Os dados que estão chegando são mais cruéis que a realidade."


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