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Na Paulista, piso tátil acaba em parede e 'oculta' metrô

Sinalização para cegos é inexistente na entrada das três estações da via

Equipamento instalado há seis anos orienta direção e alerta para obstáculos, mas falhas confundem pedestres

LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

Instalado há seis anos para orientar a passagem de pessoas cegas ou com baixa visão, o piso tátil das calçadas da avenida Paulista apresenta problemas que podem confundir o pedestre.

"Ando bem porque já estou acostumado, mas o cego que vier pela primeira vez não vai achar o metrô", diz José Rosaldo, 39, que é cego.

Ele desce na estação Brigadeiro e caminha, seguindo o piso, até a praça Oswaldo Cruz, onde trabalha como massoterapeuta.

O piso tem linhas retas em relevo para indicar ao cego trechos sem obstáculos (piso direcional). Quando há desvios para acessos ou barreiras, o relevo é de bolinhas, o chamado piso de alerta.

Na sexta-feira (16), a Folha percorreu a avenida e não encontrou piso de alerta na entradas das três estações da via --uma das únicas da cidade com o equipamento em quase toda a sua extensão. Sem ele, o cego não é avisado de que há uma entrada para estação do metrô.

O equipamento foi instalado em 2008, durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD).

Os pontos de ônibus da área também não possuem essa sinalização de alerta.

No quarteirão do Conjunto Nacional, o piso desaparece. "Se a pessoa não tem muita experiência, como eu, fica desorientada", diz a estudante de pedagogia Camila Domingues, 23, em seu primeiro passeio na Paulista.

Moradora de Cotia, ela perdeu a visão há dois anos e faz aulas de mobilidade em uma associação de São Paulo.

"Achei o piso irregular. Em algumas partes, ele segue bem, mas desvia demais, tem muito buraco e a bengala acaba presa", afirma.

Em outros três pontos da avenida Paulista, o piso para cegos acaba em paredes, sem o relevo de alerta.

"Assim, a pessoa pode se assustar com a parede. Se ele [deficiente visual] não usar a bengala adequadamente, pode sofrer um acidente", afirma João Moraes Felippe, professor de orientação da Lamara (Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual).


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