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Em crise, Unesp desiste de chamar 390 professores e técnicos neste ano

Universidade suspendeu concursos para servidores para controlar gasto com folha de pagamento

Em algumas seleções, candidatos receberão dinheiro da inscrição de volta; funcionários em greve cobram reajuste

FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

Com 95% do orçamento comprometido com a folha de pagamento, a Unesp decidiu nesta quinta-feira (29) suspender todas as contratações de professores e técnicos.

Estava prevista para este ano a entrada de 390 novos profissionais (sendo 146 docentes, 202 técnicos e 42 pesquisadores). Só para 2015 as seleções serão reavaliadas.

Dos concursos suspensos, 67 já tinham candidatos inscritos --as taxas deverão ser devolvidas. A Unesp possui cerca de 10 mil servidores.

Só ficaram mantidas as contratações para os novos cursos da instituição.

A universidade busca reduzir o impacto de salários para 85% de seus recursos (vindos de imposto estadual).

A suspensão de contratações já havia sido adotada no começo do ano pela USP --que hoje gasta mensalmente R$ 90 milhões a mais do que recebe e usa 104% do orçamento com servidores.

As instituições também adiaram de maio para setembro a discussão salarial, o que deflagrou greve parcial de docentes, técnicos e alunos.

"Estamos tomando medidas de contenção agora, na esperança de que haja espaço para proposta de reajuste salarial no segundo semestre", disse à Folha a reitora em exercício da Unesp, Marilza Vieira Cunha Rudge.

"Obviamente que adiar contratação causa prejuízo [nas atividades]. Mas não há outra coisa a fazer agora."

Outra medida de contenção tomada pela Unesp foi a diminuição de recursos para viagens. Reuniões que eram presenciais passaram a ser feitas por videoconferência.

Além de reduzir os gastos, as universidades esperam que haja aumento da arrecadação estadual, o que elevaria os recursos repassados a elas --com a Unicamp, elas recebem 9,57% do ICMS.

VOTAÇÃO POR AUMENTO

Tradicionalmente, USP, Unesp e Unicamp aplicam o mesmo índice de reajuste salarial aos servidores.

Questionada se a situação orçamentária mais grave da USP pode barrar aumento nas outras universidades, a reitora em exercício da Unesp disse: "É algo que pode entrar em votação em setembro. E são três votos a serem contados [dos reitores de USP, Unesp e Unicamp]".

Segundo a reitoria da Unesp, há paralisação parcial em 14 das suas 34 unidades.

A associação de docentes faz levantamento diferente. Diz que há greve em escolas de 11 das 14 cidades que contam com campi da Unesp.

Os grevistas pedem reabertura das negociações salariais. O reajuste ocorre em maio. A inflação em um ano foi de 6,9% pelo IPCA (IBGE). O piso dos professores é de R$ 9.200 (dedicação integral).


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