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Em busca do filho, mãe visitou pontos de tráfico

DE SÃO PAULO

A vigilante Maria de Fátima Oliveira, 43, e o motorista José Luiz de Oliveira, 46, assumiram o papel da polícia quando o filho do casal, Guilherme da Silva, desapareceu, aos 20 anos, em 2012.

"Fomos de bairro em bairro perguntando para as pessoas mais sórdidas se sabiam alguma coisa a respeito. Nunca tivemos contato com essas pessoas, mas tivemos que ter", diz Maria de Fátima.

Guilherme foi visto pela última vez entrando à força no carro de três homens desconhecidos, relataram vizinhos.

Por meses, a mãe e o pai de criação do jovem colaram cartazes, visitaram pontos de tráfico e até matagais supostamente usados para desova de corpos à procura de Guilherme, que, segundo Maria de Fátima, era estoquista e não tinha ligação com criminosos.

"A única pergunta que a polícia faz é: Ele não era drogado? Não mexia com tráfico?'", conta a mãe. "Para a polícia, se for um noia', pode sumir."

O caso foi registrado no 47º DP (Capão Redondo) --onde a família afirma que nunca foi chamada. Maria de Fátima queixou-se ao Ministério Público, e o caso seguiu para a delegacia especializada.

"Acho que eu corri mais que a polícia", diz José Luiz.

A própria família diz ter descoberto e avisado a polícia sobre uma queixa de estupro feita por uma adolescente contra Guilherme uma semana antes de ele sumir.

"A namorada dele viu o boletim de ocorrência [do estupro] com o nome dele em cima da mesa de um investigador do 47º DP. O caso do Guilherme tem por onde começar a investigar. A polícia que não quer", diz a mãe, que suspeita de vingança.

O jovem continua desaparecido. Não foi instaurado inquérito. A polícia informou que o caso teve "procedimento de investigação" aberto.

"As pessoas estão sozinhas. Se alguém desaparecer, pode ser o meu, o seu [familiar], vamos ter que virar investigadores. Isso não pode ser delegado ao particular. É o Estado que tem que fazer", afirma a promotora Eliana Vendramini.


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