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Guarda civil patrulha casa de mulheres ameaçadas

Projeto piloto acompanha 20 vítimas de agressões de ex-companheiros

Com visitas periódicas, GCM fiscaliza se os homens vêm cumprindo medidas protetivas ordenadas pela Justiça

LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

Agredida e ameaçada pelo ex-marido, Beatriz (nome fictício) agora recebe visitas diárias de guardas civis armados. Eles batem à sua porta, vão ao seu trabalho e perguntam se está tudo bem.

Desde sexta (6), Beatriz, 32, faz parte do projeto Guardiã Maria da Penha, parceria da prefeitura e do Ministério Público. A meta é dar mais segurança a mulheres que têm medidas protetivas contra ex-companheiros --eles não podem se aproximar delas.

São 20 agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que acompanham 20 mulheres da região central, onde o programa foi implantado como piloto. A prefeitura promete expandi-lo ainda neste ano.

O projeto busca sanar uma falha de fiscalização do poder público, que não consegue saber se a medida protetiva é de fato cumprida. "Depende sempre da mulher. Ela é quem avisa a polícia ou a Justiça se o homem a procurou ou a agrediu novamente", explica a promotora Silvia Chakian.

Se constatar que o homem a descumpre, o guarda deve avisar a Promotoria, que pode pedir sua prisão. Em casos de agressões flagradas, ele pode ser detido imediatamente.

"A mulher tem acesso à lei, mas nem sempre existem serviços públicos que lhe garantam a segurança", diz Denise Motta, secretária municipal de Políticas para Mulheres.

A ideia é que, aos poucos, os guardas reduzam os encontros. Há um caso, por exemplo, de uma mulher que pediu proteção e depois reatou o relacionamento. "Mesmo assim, vamos visitá-la", conta o guarda Marco Morais.

SER HUMANO

O caso de Beatriz é considerado grave e, por isso, as visitas são mais frequentes. Às vezes, duas vezes ao dia. O ex-marido dela foi avisado que, se procurá-la, pode ser preso.

Ele mora a poucas quadras e já tentou arrombar a casa dela duas vezes. "Disse que iria me dar um tiro", conta.

Beatriz foi espancada pelo marido ao longo dos três anos de casamento. Separou-se em 2011, quando o filho do casal nasceu. As agressões, porém, não cessaram com o divórcio.

Inconformado com a separação, o homem começou a segui-la. "Em abril, ele bateu minha cabeça na parede, na rua. Ele não me trata como ser humano", conta Beatriz, que procurou a polícia.

A Justiça determinou que o limite de proximidade entre os dois deve ser de 300 metros. Desde sexta-feira, as visitas dos guardas civis viraram rotina para Beatriz. "Me sinto mais segura, pois meu ex-marido morre de medo de polícia", diz ela.


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