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Ramis Bucair (1933-2011) O museu de pedras e as expedições ESTÊVÃO BERTONIDE SÃO PAULO Os filhos de Ramis Bucair às vezes ficavam de sete meses a um ano sem vê-lo. Era o tempo que duravam suas expedições pelo Mato Grosso. Nascido em Poxoréo (MT), o filho de comerciantes libaneses cresceu em Cuiabá. Formou-se engenheiro agrimensor em SP e logo voltou para a capital mato-grossense. Costumava se embrenhar na mata em grupo de 20 homens para medir terras, estudar cavernas e coletar pedras. Geralmente, só voltavam das expedições três ou quatro da equipe -alguns desistiam, outros morriam. Devido às aventuras, aprendeu duas línguas indígenas e pegou 22 malárias, conta o filho Júnior. Chegou a percorrer a pé 840 km na manutenção de uma linha telegráfica. Espeleólogo (estudioso de cavernas), descobriu e catalogou 34 grutas e cavernas no Estado. Tirou mais de 5.000 fotos delas. E com as peças que coletava pelo caminho (mais de 4.000), criou o primeiro museu de pedras do Brasil, que leva seu nome. No acervo há peças fossilizadas, fêmures de dinossauros, meteoritos e até um pedaço de pedra lunar, que lhe foi enviado pela Nasa. Ramis conheceu o marechal Rondon (1865-1958), de quem ganhou um mapa assinado. Há pouco, doou-o ao Exército. Também já foi convidado por Jacques Cousteau a participar de uma expedição na Amazônia, mas não foi por causa do pé quebrado. Amigo dos irmãos Villas Bôas, em 1960 denunciou à ONU um massacre de índios. Ramis teve ainda uma boate em Cuiabá, onde morreu na terça (20), aos 78 anos, de câncer. Deixa quatro filhos, sete netos e três bisnetos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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