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MEC planeja reformular currículo de supletivos

Objetivo é lidar com aumento de jovens nessa modalidade de ensino

Segundo o ministério, ida de adolescentes para cursos voltados a adultos aumenta o risco de abandono escolar

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

O aumento da transferência de alunos de 15 a 17 anos para a EJA (Educação de Jovens e Adultos), como é chamado o antigo supletivo, preocupa o MEC (Ministério da Educação), que está estudando medidas para lidar com a tendência.

"Esse é um problema sério. A EJA é focada no trabalhador que precisa terminar os estudos. O adolescente que não se encaixa nesse contexto tem maior risco de evasão", diz Clarice Traversini, diretora de currículos da Secretaria de Educação Básica do MEC.

Segundo ela, o ministério vai reformular os currículos da EJA para adequá-los melhor aos alunos mais jovens. "É uma prioridade", diz.

Reportagem da Folha revelou há três semanas que as matrículas de alunos de 15 a 17 anos nos anos finais do ensino fundamental da EJA subiram 6% entre 2007 e 2013, para 466 mil. O número de estudantes de todas as outras faixas etárias encolheu.

Assim como especialistas ouvidos pela Folha, o MEC avalia que a migração dos jovens pode ser uma medida das escolas para seus indicadores ficarem melhores.

"Esse movimento pode estar, sim, ligado a tentativas das escolas de melhorar seu resultado no Ideb", diz Ítalo Dutra, coordenador geral do ensino fundamental da diretoria de currículos do MEC.

O Ideb, índice de qualidade do ensino básico, é calculado a partir da Prova Brasil, aplicada a alunos das escolas regulares de todo o país.

Uma vez enviados para a EJA, os estudantes --que geralmente são os que apresentam pior desempenho escolar-- deixam de fazer a prova e de ser contados em estatísticas do ensino regular.

Êda Luiz, diretora do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos do Campo Limpo, em São Paulo, diz que é importante criar um ambiente propício para os adolescentes na EJA.

"A socialização nessa idade é muito importante", afirma ela, que conta estar recebendo um fluxo crescente de adolescentes.

Raquel Elizabete Souza Santos, sub-secretária de desenvolvimento de educação básica de Minas Gerais, diz que o envio de jovens para a EJA foi uma das formas encontradas pelo Estado em anos recentes para lidar com os jovens com atraso escolar.

Essa política substitui os programas de correção de fluxo que estão sendo, gradualmente, abandonados.

Os adolescentes na EJA em Minas só têm a opção do turno noturno e, muitas vezes, estudam com adultos. Segundo Raquel, os professores são treinados para lidar com a diferença de faixas etárias.

"O professor tem uma abordagem diferente com o jovem, embora o material didático seja o mesmo", afirma.


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