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Após alta de roubos, Alckmin troca 4 chefes da PM na capital
Mudanças ocorrem ainda em momento de descontentamento com ação da polícia em protestos
Decisão foi tomada após reunião com secretário; pasta diz que alterações ocorrem 'por razões administrativas'
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) oficializa neste sábado (12) no "Diário Oficial" a troca de quatro comandantes da Polícia Militar na capital.
A decisão foi tomada após reunião na tarde desta sexta (11) entre o governador e o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella. A reunião foi feita a pedido de Grella.
Em nota, a pasta disse que "as mudanças ocorrem por razões administrativas e funcionais". Mas elas coincidem com a alta recorde de roubos em São Paulo e com o descontentamento da gestão com a atuação da PM em protestos, principalmente no do dia 19 de junho, que terminou com depredações na zona oeste.
Responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), o coronel Leonardo Torres Ribeiro dará lugar ao coronel Glauco de Carvalho, que deixa o comando da Diretoria de Polícia Comunitária.
No mês passado, Ribeiro declarou, após um ato do MPL (Movimento Passe Livre) que acabou com concessionárias depredadas, que a PM não interveio porque havia feito um acordo para acompanhar os manifestantes de longe.
A declaração do então comandante incomodou o secretário Grella, que afirmou em seguida que a PM não poderia ter feito qualquer acordo com o MPL. Na ocasião, Grella disse que a PM falhou.
PERFIL INTELECTUAL
Carvalho, que vai substituir Ribeiro, é formado em direito e é doutor em ciência política pela USP. Visto como um oficial com perfil de intelectual, tem participado de debates sobre protestos, vandalismo e segurança pública.
Já comandou o policiamento em Guarulhos (Grande São Paulo) e atuou na segurança do governador.
Assumirá o comando da capital em um momento em que a cidade bate recorde de roubos. Em maio, a alta desse tipo de crime foi de 42% em relação a maio de 2013.
Em entrevista à Folha na semana passada, o secretário da Segurança disse que as estatísticas ruins obrigavam o Estado a rever o policiamento, e prometeu mudanças.
A expectativa é de aumentar o policiamento ostensivo e preventivo, considerado importante para coibir roubos.
Apesar de especialistas apontarem a falta de investigação e a consequente impunidade como fatores que têm elevado o número de roubos, por ora, o governo descartou mudanças na Polícia Civil.
TROPA DE CHOQUE
Do comando da Tropa de Choque --responsável por controlar manifestações-- sai o coronel Carlos Savioli e entra Nivaldo Restivo, vindo do Comando de Trânsito.
Savioli havia assumido o posto em agosto de 2013, justamente em meio a uma insatisfação do governo quanto à forma como a PM lidara com os protestos de junho.
O coronel Restivo, que o substituirá, já foi comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), um dos batalhões da Tropa de Choque.
Para o lugar dele no Comando de Trânsito será nomeado o coronel Gilberto Tardochi.
Por fim, o coronel Reynaldo Rossi assume o comando da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, no lugar do coronel Maurício Perez.
O coronel Rossi ficou conhecido no ano passado depois de ser cercado e agredido por manifestantes mascarados durante um protesto no centro da cidade.