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Gestão Alckmin prevê transpor rio para abastecer Campinas

Captação do rio Jaguari para o Atibaia preocupa cidades vizinhas, que dizem não ter sido consultadas

Governador determinou rapidez nos estudos do projeto, que pode afastar possibilidade de racionamento

LUCAS SAMPAIO DE CAMPINAS

Para afastar a possibilidade de racionamento em Campinas (a 93 km de SP), o governo do Estado planeja fazer a transposição do rio Jaguari para o Atibaia, criando um segundo ponto de captação de água para a cidade.

Hoje, 95% da água que abastece Campinas é proveniente do rio Atibaia.

"Será ótimo para nós, para reduzir a nossa dependência do Cantareira", afirma Arly de Lara Romêo, diretor-presidente da Sanasa (empresa de saneamento de Campinas).

"É uma obra importante e rápida, e eles [o governo estadual] vão fazer isso. Foi pedido nosso."

A transposição, que não afetará o sistema Cantareira (atualmente na maior crise de sua história), preocupa municípios vizinhos que utilizam o Jaguari para abastecer a população.

Segundo Irineu Gastaldo Júnior, secretário de Ambiente de Jaguariúna, a nova adutora vai retirar do rio oito vezes a quantidade de água que a cidade utiliza atualmente.

"Não fomos consultados, e é uma notícia que nos deixa muito preocupados, porque o volume do rio já está muito baixo", diz o secretário.

"Pode resolver o problema de Campinas e criar um problemão' para a gente. As cidades que estão a jusante com certeza serão prejudicadas."

Além de Jaguariúna, Pedreira, Paulínia, Hortolândia e Monte Mor utilizam a água do rio Jaguari.

Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse, durante visita à região, ter pedido rapidez para a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos na elaboração dos estudos.

A pasta confirma o projeto de construir uma adutora ligando os dois rios, mas afirma que ainda não tem informações sobre custos nem prazo da obra.

Diz apenas que está em fase de elaboração de projeto e prevê 20 km de extensão e capacidade de 1,5 m³/s.

A Prefeitura de Pedreira não respondeu aos pedidos de entrevista feitos na semana passada.

A Sabesp, responsável pelo abastecimento de Paulínia, Hortolândia e Monte Morte, limitou-se a dizer, em nota, que "a avaliação cabe aos órgãos reguladores" e que acata as decisões deles.

AUTUAÇÃO

Não é a primeira vez que Campinas, a terceira maior cidade do Estado, entra em conflito com vizinhos para garantir o abastecimento.

Devido à baixa vazão do rio Atibaia, a Sanasa criou um plano de racionamento que só não foi acionado recentemente porque os órgãos responsáveis pelo sistema Cantareira aumentaram em 50% a vazão de água do Atibaia.

Em fevereiro, no auge da crise hídrica no interior do Estado, a Sanasa foi autuada pela ANA (Agência Nacional de Águas) após a Folha revelar que uma obra interrompeu o curso do rio e afetou a captação de água em cidades vizinhas, como Americana.


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