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Queima de ônibus ocorre perto de tráfico, diz PM

Estudo mostra também que veículos de cooperativas são menos atacados

Dados foram enviados a grupo de promotores que apura atuação de facção criminosa no sistema de transporte

DANIELA LIMA MÁRCIO FALCÃO DE SÃO PAULO

Estudo elaborado pelo Centro de Inteligência da Polícia Militar e enviado ao Ministério Público de São Paulo mostra que, no auge da série de incêndios de ônibus na capital, no início deste ano, as queimas dos veículos ocorriam em "proximidade a pontos de vendas de drogas".

O documento faz parte do inquérito que apura suposta ligação do deputado estadual Luiz Moura (PT) com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Em março deste ano, o deputado foi flagrado pela Polícia Civil em reunião na sede da Transcooper, cooperativa que tem contratos com a prefeitura, em que estavam 18 integrantes da facção.

As ligações entre o PCC e cooperativas de transporte de São Paulo são investigadas há quase quatro anos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A suspeita é de que a facção criminosa use empresas do ramo para lavar dinheiro do tráfico de drogas.

Foi em meio a essa apuração que o nome de Moura apareceu. Ele foi sócio de ao menos uma empresa que o Ministério Público acredita ter sido usada com essa finalidade.

O estudo da Polícia Militar mostra que, no período entre 1º de janeiro e 19 de fevereiro, 47 ônibus foram incendiados no Estado. Os militares cruzaram a área dos ataques com ocorrências policiais de tráfico de drogas.

Identificaram que, na capital, onde 29 ônibus foram queimados, a maioria dos casos foi registrada nas zonas leste e sul. Segundo o mapa apresentado no estudo, na zona sul, ao menos 11 ônibus foram queimados nas cercanias de áreas com registro da presença de traficantes. Na zona leste, foram 13.

O sistema de transporte público em São Paulo é dividido entre empresas concessionárias e cooperativas que exploram linhas locais. A radiografia da PM mostra ainda que cerca de 90% dos ônibus queimados no Estado pertenciam a empresas. Os de cooperativas foram menos atacados.

O promotor Everton Luiz Zanella, que recebeu o estudo, remeteu os dados ao grupo que investigava a ação do PCC nas cooperativas de transportes.

"Considerando a existência de investigação criminal para apurar possível relação de facções criminosas com cooperativas de transporte (...), verifico a possibilidade de participação de tais facções nos incêndios a ônibus com o principal objetivo de eliminar a concorrência na lucrativa área de transportes de passageiros", escreveu ao justificar a remessa do material para o Gaeco.


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