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Funeral reproduz mundo de Suassuna

Homenagem ao escritor e dramaturgo incluiu show de maracatu, estética armorial e até um boneco de Carnaval

Diretor Luiz Fernando Carvalho disse que está adaptando "A História de Amor de Fernando e Isaura" para a televisão

DANIEL CARVALHO DO RECIFE

Cavaleiros medievais, maracatus e adereços que remontam à estética armorial: muitos elementos do universo de Ariano Suassuna estiveram presentes na despedida do escritor, poeta e dramaturgo, enterrado no fim da tarde desta quinta (24) no Grande Recife.

Suassuna morreu na quarta (25), aos 87, em decorrência de um AVC hemorrágico.

Familiares e fãs começaram a chegar ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, ainda na noite de quarta.

A longa fila se estendeu por todo o dia, com gente que queria se despedir do autor de obras como "Auto da Compadecida" e "O Santo e a Porca".

Durante o velório aconteceu uma apresentação de maracatu. Havia também um boneco gigante de Suassuna.

O público entoou o grito de guerra do Sport Club do Recife, time de futebol do paraibano que adotou Pernambuco como sua casa desde a juventude.

Artistas e políticos de todo o país foram ao Recife homenagear Suassuna. "Todos nós fomos influenciados pelo seu modo de pensar. Aqui vamos seguir sua brincadeira, que é muito séria", disse o cantor e compositor Chico César.

O diretor Luiz Fernando Carvalho anunciou que está adaptando o romance "A História de Amor de Fernando e Isaura" para TV. A obra deve ser apresentada em minissérie na Globo a partir de 2015.

Carvalho era um dos poucos autorizados por Suassuna a adaptar seus livros, o que fez com "A Farsa da Boa Preguiça", "Uma Mulher Vestida de Sol" e "Pedra do Reino".

Adversários nas eleições deste ano, a presidente Dilma Rousseff encontrou no velório o também candidato ao Planalto Eduardo Campos (PSB). Durante o encontro dos dois, o público cantou a música "Madeira que Cupim Não Rói".

O frevo era entoado por Suassuna em comícios de Campos desde quando o pernambucano foi eleito governador pela primeira vez.

No fim da tarde, o caixão com o corpo do escritor, coberto com as bandeiras do Brasil, de Pernambuco, da Paraíba e do Sport foi levado em um carro dos bombeiros até o cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.

Motociclistas acompanharam o carro e multidões se formaram durante o trajeto.

No cemitério, duplas de cavaleiros que simbolizam mouros e cristãos do livro "O Romance d'A Pedra do Reino" cruzaram suas lanças sobre o caixão, assim como faziam com o escritor quando ele chegava às cavalgadas em São José do Belmonte (PE).

Netos do escritor leram poemas e um homem cantou "Ave Maria". Sob uma chuva de pétalas de rosas brancas e vermelhas, o caixão começou a ser baixado. Ao fim da cerimônia, choveu.


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