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Em SC, cidades recuperam praias engolidas pelo mar

Marcos Porto/Agência RBS
Avanço do mar destrói a faixa de areia da praia de balneário Piçarras, em Santa Catarina
Avanço do mar destrói a faixa de areia da praia de balneário Piçarras, em Santa Catarina

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

Em plena temporada de verão, cidades de Santa Catarina estão trabalhando para recuperar faixas de areia engolidas pelo mar. Até estado de calamidade pública já foi decretado por causa do avanço das águas.

Em 2010, a Prefeitura de Florianópolis decretou situação de emergência depois que uma ressaca destruiu casas e fez desaparecer a areia na maior parte da praia da Armação, a 20 km do centro.

Para proteger o bairro, R$ 10 milhões foram investidos em um muro de pedras gigantes, que já tem partes se esvaindo. Agora, operários estão reparando a estrutura.

O município corre atrás de mais R$ 16 milhões para fazer uma completa revitalização do local, por meio de um aterro que recomporia a faixa de areia.

Com a destruição, o movimento de visitantes na Armação está em queda. "Tem muita gente desanimando. O pessoal que costumava alugar casa já não aluga mais", diz Danúsia Miranda, proprietária de uma pousada.

No norte de Santa Catarina, o pacato balneário Piçarras constrói dois molhes (paredão para desviar as correntes) ao custo de R$ 1,8 milhão para tentar deter as águas.

A prefeitura decretou calamidade no mês de outubro, depois que uma ressaca destruiu parte de sua principal atração turística: o calçadão à beira-mar.

Pior: o problema é reincidente. Há 12 anos, o município, já sem a parte principal de sua faixa de areia, providenciou um mega-aterro para recompor mais de 2.000 metros da orla.

O tempo passou, o mar voltou a avançar e a prefeitura tenta agora refazer a mesma obra. O município busca R$ 10 milhões com o governo federal para um novo alargamento da praia.

A badalada balneário Camboriú (a 78 km de Florianópolis) percorre o mesmo caminho em busca de verbas. Com 1,5 milhão de visitantes a cada ano, já não há tantos locais para acomodar os turistas na beira do mar.

"Agora, nesta semana [de fim do ano], falta espaço. Não tem como colocar uma quadra de futebol [de areia], uma ciclovia, proporcionar atividade esportiva", diz o secretário municipal Auri Pavoni.

Na capital do Estado, há plano parecido para Canasvieiras, praia conhecida por atrair turistas argentinos nas temporadas de verão.

URBANIZAÇÃO

Estudo organizado em 2006 pelo Ministério do Meio Ambiente sobre erosão no litoral brasileiro afirma que, em SC, a rápida urbanização das últimas décadas não levou em conta as "dinâmicas costeiras" e gerou "consequências desastrosas".

Segundo o relatório, há "ocupações indevidas" da orla. Ele cita ainda casos de calçadões e avenidas erguidos sobre o prisma da praia, como em balneário Piçarras, sem respeitar a legislação.

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