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Após trauma de aborto, mãe 'empresta' barriga da amiga

Casal conseguiu na Justiça de São Paulo direito de registrar em seu nome o bebê

Opção por 'barriga de aluguel' ocorreu após gravidez interrompida, que levou veterinária a ficar um mês na UTI

DE SÃO PAULO

Primeiro, a experiência traumática de um aborto. Depois, a esperança de realizar um sonho por meio da barriga solidária de uma amiga.

A frustração era sair da maternidade sem que a criança estivesse registrada no nome dela e do marido --motivando uma série de problemas burocráticos, como a inclusão no plano de saúde.

Mas a veterinária Heline Pimenta Capellini, 31, e seu marido Wilson Francisco Capellini Neto, 31, conseguiram na Justiça registrar em nome deles, e não no da amiga, a certidão do filho Henrique, nascido no último dia 12 de julho, no Pro-Matre.

Ao ter alta da maternidade, a criança foi entregue para Heline, que tomou um remédio para estimular a produção de leite materno.

"Não tive a outra parte [gravidez], mas esse contato maravilhoso que é amamentar eu fiz questão de ter", diz.

Heline sempre sonhou em ser mãe. A primeira gravidez, no entanto, veio no susto pouco antes de se casar.

O bebê foi comemorado, mas, pouco tempo depois, os médicos descobriram uma má formação no feto que gerou um aborto espontâneo.

Ela diz que não esquece aquele 20 de março de 2012 quando recebeu a notícia de que tinha perdido seu bebê.

"Fiz a curetagem e tive um problema sério de coagulação. Então tive que ir para a cirurgia e foi necessária a remoção do meu útero. Foi muito difícil saber que tinha perdido meu filho e que não poderia mais ser mãe", conta.

Durante a cirurgia, ocorreram complicações e ela foi levada para UTI, onde ficou quase um mês internada.

"Fiquei em coma induzido, quase morri. Sempre sonhei em ser mãe. Criei a minha irmã mais nova como filha."

Heline conta que a ideia de fazer a "barriga de aluguel" surgiu ainda durante a sua internação. Uma amiga que acompanhou seu sofrimento se ofereceu para ajudar --e concordou com a exclusão do seu nome da certidão.

O casal optou pela fertilização in vitro. A parte mais difícil foi conseguir autorização do CRM (Conselho Regional de Medicina) por não haver parentesco com a barriga solidária. A amiga engravidou na segunda tentativa.

"Acompanhei toda a gestação. Levava ela ao médico, acompanhei todos os exames, ultrassons", comenta Heline. Na reta final, mais um susto: ele nasceu prematuro, de 35 semanas. "Mas só ficou alguns dias internado para ganhar peso", diz a mãe, que acompanhou com seu marido a cesárea no hospital.


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