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Luiz Alcides Manreza (1943-2011)

Definiu o que é morte encefálica

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Os papos, à mesa do jantar, eram sobre cirurgia. Luiz Alcides Manreza levava fotos das operações para discuti-las em casa com a mulher e mostrá-las aos filhos. Seu iPad era cheio das imagens.

O neurocirurgião, formado pela USP em 1968, até tentou, mas não encaminhou nenhum dos filhos na profissão.

Paulistano, era filho de um contador da GE e de uma dona de casa. A mulher, Maria Luiza, ele conheceu na faculdade e a convenceu a fazer neuropediatria. Hoje, ela é especialista em epilepsia.

Sentia orgulho de ter chefiado o PS do Hospital das Clínicas, ajudou a implantar o resgate dos Bombeiros (recebeu homenagem da corporação em 2011) e foi o autor do conceito de morte encefálica no país -o que possibilitou o aumento de transplantes.

Também deu aulas na USP, chefiou o setor de neurologia do hospital São Luiz e presidiu a Associação dos Neurocirurgiões do Estado de SP.

Em 1996, uma cirurgia de oito horas que realizou ganhou repercussão: tirou uma lâmina de 13 cm da cabeça de um pintor que passou 17 dias com uma faca enfiada no cérebro após uma briga de bar.

Adorava fotografia (seu consultório é cheio de máquinas) e barcos. Ia ao Guarujá mexer no motor da sua lancha Breeze -que ficou conhecida como "Papo de Mãe" por causa do adesivo colado no casco. É o nome do programa que Roberta, a filha jornalista, apresenta na TV Brasil.

Morreu no sábado (24), aos 68, após um infarto sofrido num voo a Miami, onde a família ia passar férias. Teve três filhos e três netas. O enterro será hoje, às 14h, no cemitério do Morumbi, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br

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