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Transferência de hospital da USP ameaça ensino, criticam dirigentes

Reitoria quer passar gestão da unidade de saúde ao Estado para aliviar crise na universidade

Em carta, diretor do setor médico e chefes técnicos do hospital pedem que proposta seja mais discutida

FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

Seis dirigentes do Hospital Universitário da USP divulgaram carta em que criticam a proposta da reitoria de transferir a administração da entidade ao governo do Estado.

O diretor do departamento médico e chefes técnicos do hospital estão entre os signatários. Eles afirmam que a formação dos estudantes da área da saúde da USP, que é feita em parte no hospital, poderá ser prejudicada.

A transferência foi proposta pelo reitor Marco Antonio Zago, como forma de aliviar a crise financeira que a universidade enfrenta.

O hospital consome entre 6% e 8% do orçamento da USP, dependendo da forma de cálculo. No local, são atendidos servidores da USP e moradores da zona oeste da capital paulista. A ideia da reitoria é transferir de imediato a gestão do hospital e os custos de manutenção.

Os funcionários da USP continuariam no local, mas, ao saírem, seriam substituídos por servidores contratados pelo governo estadual.

O reitor afirma que não haverá impacto na qualidade do ensino com a transferência e que a situação orçamentária da USP pode ser prejudicial ao atendimento no hospital.

queda de qualidade

Na carta, os dirigentes do hospital dizem que, com a transferência, o órgão "perderá autonomia na diretriz de ensino e correrá o risco de esse não ser mais o foco", já que poderá ficar a mercê da política da Secretaria de Saúde, "que se depara com a falência do sistema público".

Afirmam ainda que "será impossível manter excelência" após troca de equipes a preços de funcionários SUS.

Segundo o documento, o hospital recebe anualmente 2.430 alunos entre graduandos e pós-graduandos. Cerca de 40% do estágio hospitalar dos estudantes do curso de medicina é feito na unidade.

O reitor alega que, mesmo com a transferência, é possível fazer parcerias para que os estudantes atuem no local.

A medida precisa ser aprovada pelo Conselho Universitário, que se reúne na terça (26). Os dirigentes pedem que a proposta seja suspensa para ser mais discutida.

"Devido a problema pontual [a crise financeira] pode haver grande erro para a USP", disse o diretor médico do hospital, José Pinhata.

A economia imediata para a USP com a transferência, diz ele, seria perto de R$ 70 milhões ao ano, num orçamento de R$ 5 bilhões, pois 80% dos gastos do hospital são com folha de pagamento.


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