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Rosely Sayão

Como conversar com os filhos?

Mães e pais enfrentam respostas monossilábicas quando tentam iniciar um diálogo com os jovens

Pais precisam dialogar com filhos. Dessa afirmação ninguém duvida. É pelo diálogo que os pais ensinam aos filhos as coisas da vida, que os conhecem de perto, sabem das suas opiniões e expressam com clareza os seus valores. É o diálogo o catalisador dos vínculos entre pais e filhos.

Mas, o que é diálogo, e como entabular conversas com os filhos, sempre arredios? Mães e pais enfrentam respostas monossilábicas dos filhos quando tentam iniciar uma conversa. Invariavelmente, para a pergunta: "Filho, como foi a escola hoje?", a resposta é "Bem.", "Legal." ou "Normal.". Crianças e adolescentes não gostam de prestar contas de suas vidas aos pais, principalmente dos raros momentos em que estão longe das vistas deles. Ir para a escola é um descanso da família! Da mesma forma, o trabalho, para o adulto, também funciona como uma folga da família.

Outro empecilho são as perguntas que os pais fazem sobre o que se passa com os filhos, perguntas essas que, muitas vezes, não ajudam os filhos a verbalizar o que pensam ou sentem. "Filho, o que está acontecendo com você?" ou "Filha, o que você tem passado para estar tão triste?" são perguntas interessadas dos pais, mas que em geral não contribuem para que os filhos exteriorizem seus pensamentos, sentimentos e angústias.

O que fazer para alcançar os tais diálogos? Alguns princípios ajudam: respeitar a privacidade deles --filhos têm direito a ter segredos!--, não confundir diálogo com persuasão e considerar com seriedade o que eles falam são alguns deles. Além disso, o que costuma ajudar é o fato de os pais contarem com um mediador para essas conversas. Um terceiro elemento permite que os diálogos entre pais e filhos não assumam a forma de uma discussão da relação entre eles.

Cinema em casa: essa foi a estratégia adotada por uma família com filhos de idades bem diferentes. Os pais determinaram que, uma vez na semana, a família se reúne para assistir a um filme juntos. Antes, durante e depois do filme, a família dialoga: "A qual filme assistir, e por quê?", "O que esse filme tem a ver com a vida que levamos em nossa sociedade?", "Qual a opinião a respeito do desfecho do enredo e/ou de determinados personagens?" são algumas das questões que a família debate.

O que considerei interessante é que os pais não censuram filme algum, mesmo quando eles sabem que não é bom ou quando a classificação indicativa está acima da idade do filho que tem sete anos. Eles pensam que qualquer programa ou propaganda em televisão traz para os filhos o mundo adulto e suas mazelas. "Melhor que seja em ficção", me disse o pai.

Eles riem, choram e se emocionam juntos, ficam em suspense, com medo, sempre juntos. Eles discordam, argumentam, emitem opiniões diversas. Só não podem desistir do filme, a não ser que seja consenso. Isso é diálogo!

Fazer a programação da semana: essa estratégia é usada por outra família com filhos adolescentes. Toda segunda-feira à noite, eles conversam sobre como será a semana deles, separadamente e juntos. É quando os filhos pedem para ir a festas ou fazer viagens, argumentam, contestam, reclamam das viagens constantes do pai etc. É nessa situação que essa família se atualiza, dialoga.

Os exemplos que citei foram criados pelas famílias. Que tal criar as suas estratégias e usá-las regularmente para dialogar com seus filhos?


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