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Takumã Kamayura (1932-2014)

Um dos grandes pajés do Xingu

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

Takumã era ainda um adolescente, filho do cacique dos camaiurá, quando avistou um grupo de homens brancos e barbados no meio da mata. Passou a acompanhá-los à distância por horas.

Antes de partir, os brancos deixaram para trás facões e miçangas pendurados em árvores. Takumã e seus amigos ficaram com os itens.

Momentos depois, os brancos voltaram. Falando uma língua estranha, não quiseram seus objetos de volta; ao contrário, ofereceram outros. Estava assim selada a amizade entre os irmãos Villas-Bôas e a tribo camaiurá, no Alto Xingu, região então quase desconhecida do Brasil.

Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), Takumã foi peça fundamental na criação do parque do Xingu, em 1961, por ter sido um dos primeiros a entender o português. Também ajudou a pacificar as 14 tribos da região, já que muitas viviam em guerra entre si, e a atraí-las para dentro dos limites do parque.

Conhecido como um dos grandes pajés do Xingu, Takumã era requisitado por levas de pacientes (muitos deles empresários e políticos) em busca de cura. Assim, viajou até para Nova York.

Morreu na segunda (25), de complicações de um AVC (acidente vascular cerebral), aos 82 anos (dizia, porém, não ter certeza de sua idade).

Seu corpo foi lavado e pintado com urucum, jenipapo e carvão. Braços, pernas e cintura foram envoltos por cordões, e a cabeça, adornada por um cocar. Takumã foi sepultado no centro da aldeia, que ficará em silencioso luto pelo próximo mês.

Deixa quatro filhos, entre eles o atual cacique da aldeia.


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