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TAM sabia de risco em Congonhas e poderia ter desviado voo, diz Airbus

Para fabricante, exceto por problemas na pista, causas da tragédia são todas culpa da empresa aérea

Companhia aérea não se defendeu de acusações, pois não é parte na ação; procurada pela Folha, não se pronunciou

DE SÃO PAULO

Antes do acidente, a TAM sabia que a pista de Congonhas estava escorregadia, afirmou a Airbus à Justiça, em sua defesa no processo. Chovia no momento do pouso.

Assim, poderia ter "excepcionalmente redirecionado seus voos em condições de chuva, inclusive o fatídico voo 3054, para outro aeroporto".

Segundo a fabricante, "a decisão da TAM de continuar operando voos com destino ao e saída de Congonhas deve ser vista como causa secundária para o acidente".

Em resposta ao Itaú, que lhe cobra o ressarcimento das indenizações, a Airbus resume: "A culpa da vítima' TAM foi muito mais grave que qualquer culpa porventura atribuível à Airbus".

E continua: "Excetuados os problemas operacionais de Congonhas, todos os demais fatores relacionados à causalidade do acidente --principalmente o erro de procedimento dos pilotos-- são de responsabilidade exclusiva da vítima' TAM".

Nem a Polícia Federal nem a Aeronáutica chegaram a essas conclusões. A Aeronáutica viu erro de "supervisão gerencial" da TAM. A PF atribuiu culpa aos dois pilotos, não à companhia aérea.

A TAM não se defendeu, pois não é parte no processo. Procurada pela Folha, também não se pronunciou.

TECNOLOGIA

Na ação, a Airbus é acusada de não dispor os aviões de tecnologia que alertasse os pilotos sobre a assimetria nos manetes. Relatório da Aeronáutica havia apontado a falta desse aviso como fator contribuinte para o acidente e recomendado sua inclusão nos A320 --esse apontamento é uma das bases da ação do Itaú.

A fabricante, ao se defender, mirou a TAM mais uma vez. Disse que, em 2006, ofereceu às operadoras de seus jatos, inclusive à companhia brasileira, uma atualização de software que corrigia esse fator. Segundo ela, a TAM não quis.

Mesmo assim, a Airbus afirma que o A320 era seguro com ou sem essa atualização.

A Airbus também dá a entender que o avião da TAM poderia estar com mais combustível do que o permitido. Os relatórios da PF e da Aeronáutica dizem que o avião estava com peso aceitável.

CONGONHAS

Para a fabricante, a participação de Congonhas na tragédia --e, por consequência, da Infraero, que gerencia o aeroporto-- se dá por causa das condições "críticas" da pista: escorregadia e com formação de poças d'água.

A Infraero, que não é citada nominalmente pela Airbus (há apenas referências a Congonhas), afirmou à Folha que a pista estava e ainda está em boas condições.

Em sua investigação, a PF concluiu que o avião não pararia seja qual fosse a condição da pista e que ela não causou a tragédia.

O acidente da TAM resultou em processo do Ministério Público Federal, que pede até 24 anos de prisão para Marco Aurélio Miranda, ex-diretor da TAM, e Denise Abreu, ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação), acusados de assumir risco ao deixar aviões pousarem em Congonhas até o desastre.

Ambos negam participação. O processo ainda não foi julgado.


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