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TAM gastou demais em enterros, diz Airbus

Fabricante pediu à Justiça perícia nas despesas com indenizações a familiares de vítimas de acidente de 2007

Empresa aérea bancou até bandeira de time de futebol em caixão, afirma Airbus; TAM não se manifestou

RICARDO GALLO DE SÃO PAULO

A Airbus se recusa a pagar gastos que considera excessivos, por parte da TAM, com familiares das vítimas do avião que explodiu ao tentar pousar em Congonhas, em 2007.

Entre as despesas classificadas de abusivas pela fabricante europeia estão nove coroas de flores para o funeral de uma vítima e uma bandeira de time de futebol no enterro de outro passageiro.

Na ocasião, 199 pessoas morreram, no maior desastre com empresa aérea nacional.

"As despesas com funerais, embora em princípio passíveis de ressarcimento, devem ser vistas igualmente com parcimônia. Houve vários excessos e liberalidades que a Airbus não pode ser obrigada a ressarcir", diz a defesa da empresa, que fabrica o A320, modelo do jato que se acidentou em Congonhas.

As declarações foram dadas à Justiça de São Paulo. A Airbus responde a processo movido pela Itaú Seguros, seguradora da TAM no acidente e responsável pelo pagamento das indenizações.

A Itaú Seguros quer reaver o que gastou. Foi então à Justiça com a conta apresentada pela companhia aérea relativa a gastos com indenizações.

A TAM não se manifestou no processo, pois não faz parte dele. Procurada pela Folha, também não se pronunciou.

PERFUME E ALARME

Em sua resposta à Justiça, a Airbus afirmou que a culpa da tragédia é da TAM, dos dois pilotos e do aeroporto de Congonhas, administrado pela Infraero, como a Folha revelou nesta segunda (1º).

Segundo a Airbus, os "valores elevados" incluíram urnas funerárias (uma delas a R$ 19.703) e serviços de bufê nos velórios.

A fabricante aponta o que considera "nítidos abusos" em pedidos de reembolso com cartões telefônicos, cartões de recarga de celular, fio dental, creme dental, perfume e "remoção e instalação de alarme" do carro de uma das vítimas do acidente.

Também foram questionados pagamentos com transporte, como despesas com táxis superiores a R$ 100 mil.

A Itaú Seguros também elencou despesas com passagens aéreas de até R$ 16 mil por trecho, segundo a Airbus. A fabricante do A320 igualmente colocou em xeque os valores.

"Conclui-se que a TAM assumiu uma plêiade de despesas por mera liberalidade, como estratégia de imagem, ou por descalabro gerencial", disse a fabricante europeia.

Ela prossegue: "A impressão é que a TAM e a autora [Itaú] (...) simplesmente pagaram tudo o que lhe veio às mãos, não importando valor, fundamento ou tipo de despesa, sob a simples suposição de que poderiam repassá-los indiscriminadamente à Airbus".

Afirma ainda que não pode "ser obrigada a suportar o ônus das conveniências e do descontrole da autora e sua cliente".

PERÍCIA

A fabricante de aviões solicitou à Justiça uma perícia sobre as despesas realizadas pela TAM. Tanto o pedido como o processo ainda não foram julgados.

A Folha procurou a Airbus, a TAM e a Itaú Seguros para que se pronunciassem a respeito do processo.

Nenhuma das três empresas quis comentar.


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