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Folhaleaks

Caixa oferece com desconto imóvel interditado por falta de segurança

Banco propõe compra antecipada de apartamentos que prefeitura mandou esvaziar por risco

Condomínio em Praia Grande, litoral de SP, tem ferragens expostas e infiltração; moradores arrendam os imóveis

ESTÊVÃO BERTONI ENVIADO ESPECIAL A PRAIA GRANDE

Moradores de um conjunto habitacional da Caixa em Praia Grande, no litoral paulista, receberam do banco uma proposta de compra antecipada dos imóveis com descontos de até 35%.

Todos os 160 apartamentos, porém, estão inter ditados por falta de segurança.

A reportagem tomou conhecimento desse caso por meio do Folhaleaks, canal criado pelo jornal para receber dados e documentos.

O conjunto Gaivotas tem ferragens expostas, infiltrações, problemas de drenagem e de tratamento de esgoto e "sistema de prevenção e combate a incêndio inoperante".

As informações são da prefeitura, que notificou os moradores em 1º de agosto para desocuparem as unidades.

O condomínio, na periferia da cidade, foi feito pelo PAR (Programa de Arrendamento Residencial). São 160 unidades divididas em dez blocos de quatro andares cada.

Os moradores arrendam os imóveis e têm opção de compra após 15 anos. As parcelas mensais chegam a R$ 251. Os apartamentos, de 46 m², foram avaliados em contratos de 2008 em R$ 31 mil.

O banco diz que pediu a suspensão do aviso de desocupação e que já iniciou uma reforma. A oferta de compra antecipada, segundo a Caixa, faz parte de plano nacional para todos os arrendatários.

Após a entrega das chaves, em 2005, os problemas começaram a aparecer, de acordo com os moradores. Um dos blocos está abandonado e já foi invadido e incendiado por usuários de drogas da região.

Em outro, a diarista Maria Aparecida Leite, 60, teve seu apartamento alagado pelas chuvas em 2008. Devido às enchentes, que inutilizam os apartamentos térreos de três blocos, ela foi transferida para o segundo andar.

No apartamento de Gisleine Aparecida Henrique, 47, os azulejos estão descolados, e as paredes esfarelam por causa das infiltrações. Técnica de planejamento, ela costuma usar as férias para fazer pequenas reformas no local.

Segundo o advogado que representa alguns dos moradores, Emílio Florentino, 25 deles entraram na Justiça contra a Caixa, mas, até agora, a causa não foi julgada.

Um dos condôminos mais antigos, Anderson Cordeiro da Cruz, 31, diz ter descartado a compra antecipada após o aviso para sair do prédio. "Tem muito pepino para resolver aqui. O pior é não ter o que foi prometido", afirma.

Ele reclama da falta de segurança e diz que porteiros já deixaram de ir trabalhar durante três dias seguidos. Encomendas, segundo ele, são furtadas na portaria e 28 bicicletas já foram levadas de dentro do condomínio, administrado pela Contasul, empresa contratada pela Caixa.

O banco diz que não soube dos problemas, mas que vai apurá-los. Segundo a Caixa, após reforma, o condomínio poderá adotar, se aprovado em assembleia, a gestão compartilhada, que lhe permitirá escolher a administradora.


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