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Universidades em crise

Universidades esperam repasse menor do Estado

Reitora afirma que desempenho fraco da economia reflete nos salários

Docentes e servidores receberão reajuste salarial de 5,2%; entidades definirão se mantêm paralisação

THAIS BILENKY NATÁLIA CANCIAN FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

O fraco desempenho da economia fez as universidades paulistas reduzirem a expectativa de repasses do Tesouro estadual em 2014. Até agosto, USP, Unicamp e Unesp receberam R$ 5,5 bilhões, resultado 4% abaixo do esperado.

Os valores são uma porcentagem da receita do ICMS (principal imposto paulista), maior fonte de financiamento das universidades. Se economia arrefece, a arrecadação também cai.

"PIB baixo tem reflexo nos nossos salários", diz Marilza Rudge, reitora da Unesp e presidente do Cruesp, conselho que reúne os três reitores.

Em meio a esse cenário, o Cruesp anunciou nesta quarta-feira (3) reajuste salarial de 5,2% aos funcionários e docentes das três instituições.

As duas categorias estão em greve há cem dias. "Esperamos que agora suspendam [a paralisação]", diz Rudge.

As entidades dos setores farão assembleias para decidir --elas pedem 9,78%

Mesmo com o reajuste, as universidades esperam, com cortes de outros gastos, terminar o ano com um comprometimento menor de seus orçamentos com a folha salarial.

A USP deve chegar a 104,95%, ante 105,6% atuais. A Unicamp estima 94,85%; hoje, são 97%. A Unesp quer passar de 95% para 93,2%.

Para reduzir gastos, a USP aprovou na terça um plano de demissões voluntárias que prevê corte de até 10% dos servidores. O alvo são funcionários técnico-administrativos de 55 a 67 anos e com mais de 20 anos na universidade, a maioria já aposentada ou em condições de se aposentar.

Um estudo apontava 2.800 servidores nesse perfil. Se todos aderissem, o custo do plano seria de R$ 700 milhões.

A USP disse que, "dada a situação financeira", redimensionou para R$ 400 milhões o projeto. A estimativa passou a ser de 1.700 funcionários. A universidade tem 17,5 mil servidores não docentes.

Hoje, 97% são contratados por CLT. Como esse regime não prevê aposentadoria integral, a adesão ao plano pode ser maior do que a estimada.

A meta, se atingida, significará para a USP economia de R$ 22 milhões/mês. Ainda assim, até 2017, a universidade deve continuar usando reservas orçamentárias, conforme documento apresentado ao Conselho Universitário.

A poupança deve cair de R$ 1,8 bilhão para R$ 1,2 bilhão, em valores aproximados.

Os voluntários poderão se inscrever a partir de outubro. As demissões ocorrerão de janeiro a março. Servidores fora do perfil também podem se candidatar, diz a USP.


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