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Pedestres invadem ciclovia no centro de SP em horas de rush

Calçadas estreitas e com buracos, além de desatenção, são as justificativas mais usadas

'De qualquer jeito, quase não tem bicicleta por aqui', diz uma das pessoas flagradas a pé pela reportagem na via

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

As novas ciclovias do centro de São Paulo têm atraído cada vez mais um público diferente: os pedestres.

Dispostos a evitar esbarrões nas estreitas e esburacadas calçadas, os pedestres invadem o espaço que é reservado para bicicletas.

Na rua Boa Vista, por exemplo, o problema ocorre com maior frequência por volta do meio-dia, quando há um grande fluxo de pessoas em busca de um restaurante para almoçar, e depois das 17h, no rush para voltar para casa.

"As pessoas sempre andaram por aqui, mesmo antes de ser ciclovia, porque é praticamente impossível andar na calçada", afirma a contadora Rosana Costa, 41.

"Se aqui ficar cheio, a gente vai para ali", ironiza ela apontando para a área hoje ainda destinada aos carros.

A calçada tem diversos desníveis e bueiros que dificultam o caminho do pedestre.

Em alguns pontos, os antigos postes, que têm a base mais larga, ocupam quase um terço da calçada. Assim, os pedestres têm um pouco mais de um metro de calçada útil para seguir caminho.

Com o asfalto liso e ainda pouco usado por ciclistas, a ciclovia parece um caminho tentador ao pedestre.

"Nem percebi que era só para bicicletas", diz o apressado office-boy João Carlos enquanto caminhava na chamativa ciclovia da rua Coronel Xavier de Toledo.

Ali perto, um mecânico hidráulico admite a nova utilidade do espaço: "Ficou bonita, mas eu mesmo estou usando para andar".

Outro que prefere o caminho alternativo da ciclovia para caminhar é o engenheiro Raphael Azevedo, 36. Ele avança quase meio quarteirão da avenida Cásper Líbero caminhando pela faixa exclusiva para bicicletas antes de atravessar a via.

"Uso como uma margem de segurança antes de atravessar a rua. Vou caminhando até encontrar o melhor momento para atravessar (...) De qualquer jeito, quase não tem bicicleta por aqui."

Na mesma avenida, há um bar que, nas noites de sexta-feira, costuma até colocar suas mesas e cadeiras sobre a ciclovia.

No início da tarde desta quinta-feira (4), também no centro, o professor Luiz Santos, 44, que trafegava com sua bicicleta pela faixa exclusiva dedicada à ela foi obrigado a parar bruscamente para permitir que um idoso atravessasse a rua fora da faixa de pedestre.

Ele faz o trajeto da Vila Aricanduva (zona leste), onde mora, até Santa Cecília (centro), onde dá aulas, pedalando. "A ciclovia ficou boa, mas agora, em vez de desviar de carros, temos de desviar das pessoas."


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