Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crise da água

10% e caindo

Sistema Cantareira chega a 9,8% da sua capacidade, a pior marca após começar a receber o 'volume morto', em maio

HELOISA BRENHA DE SÃO PAULO

O sistema Cantareira rompeu a marca dos 10% e chegou nesta quarta (10) a 9,8% de sua capacidade de armazenamento, sua pior marca desde que o "volume morto" começou a ser utilizado.

A reserva de água que fica abaixo das comportas das represas passou a ser bombeada pela Sabesp em 15 de maio, dia em que o manancial registrou o menor nível de sua história: 8,2%.

A medida demandou uma obra emergencial estimada em R$ 80 milhões e fez com que os estoques de água saltassem para 26,7%.

Desde então, a reserva vem sendo consumida por quase metade da população da Grande São Paulo. Dos 182,5 bilhões de litros da primeira cota do volume morto, 110,5 bilhões de litros já foram consumidos, segundo a ANA (Agência Nacional de Águas).

A companhia estadual está fazendo mais obras para retirar uma segunda cota do "volume morto", de 110 bilhões de litros. A estatal não informa o custo dessas obras nem a data em que iniciaria o novo bombeamento. Diz apenas que a segunda cota será usada "se houver necessidade".

Enquanto isso, o nível do sistema baixa 0,1 ou 0,2 ponto percentual por dia. Até novembro, há pouca chance de chover forte sobre as represas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

Para o professor da USP Rubem Porto, o nível do Cantareira não deve chegar nem a 50% antes de 2016. "Temos tempos duros pela frente. Se as séries históricas se repetirem e se a Sabesp conseguir retirar uma quantidade pequena de água do sistema, mesmo após a seca atual, ele levará de 1,5 a 2 anos para encher pela metade", diz.

Ao longo da crise, a Sabesp diminuiu em mais de 10 mil litros por segundo a retirada de água do Cantareira, conforme dados da ANA.

Em parte, a redução foi por economia de água: seja pela queda no consumo (estimulada por bônus na conta), seja pela restrição no fornecimento à noite (pela redução na pressão da rede) --medida que coincide com uma onda de queixas de falta de água.

Por outro lado, a menor retirada foi compensada pelo remanejamento de água entre sistemas, como Guarapiranga e Alto Tietê. Juntos, os dois já assumiram ao menos 2 milhões dos 8,8 milhões de usuários do Cantareira.

Embora crucial para garantir o abastecimento da região metropolitana que abriga 10% da população do país, a medida trouxe impactos.

O risco de colapso agora ronda também o sistema Alto Tietê, que, após seis meses socorrendo o Cantareira, tinha ontem (10) apenas 14,4% da água que é capaz de guardar.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página