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Em nova fase, ação anticrack dispersará moradores de rua

'Ideia é sempre abordar', diz comandante da PM, segundo quem cracolândia surgiu por causa de formação de grupos

Se pessoas estiverem consumindo drogas, serão levadas a DPs; caso não estejam, apoio social será solicitado

Marlene Bergamo/Folhapress
Usuário de crack foge da polícia no centro de São Paulo
Usuário de crack foge da polícia no centro de São Paulo

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

Para tentar acabar com o livre consumo de crack nas ruas de São Paulo, a PM passará a dispersar grupos de moradores de rua em toda a região central da cidade.

Segundo o comandante-geral da corporação, coronel Álvaro Camilo, o objetivo é evitar o surgimento de novos territórios livres para o consumo e venda de drogas ilícitas, como ocorreu na cracolândia há cerca de 20 anos.

O coronel diz que os policiais vão passar a abordar esses grupos sempre que se depararem com eles ou forem solicitados por moradores de qualquer região, em especial do centro e bairros vizinhos.

"A ideia é sempre abordar. Se estiver consumindo droga, ou tráfico, a polícia vai fazer [o encaminhamento para o distrito]. Se não, vamos comunicar as assistentes sociais ou de saúde para agir."

De acordo com o oficial, esse encaminhamento ao distrito será feito quantas vezes for necessário. "A ideia é não deixar formar mais esses grupos em nenhuma região da cidade. O que aconteceu lá [na cracolândia] foi isso, foram formando grupos."

FASES

Essa será a terceira fase da operação da PM iniciada na terça na cracolândia. A primeira deve durar 30 dias, com o objetivo de "sufocar" consumidores e desarticular o tráfico. A ideia é obrigar o viciado a buscar ajuda médica.

A segunda fase é dar atendimento de saúde e social aos viciados. A prefeitura prevê internações compulsórias -quando o viciado não concorda com o atendimento.

Depois disso, começarão as abordagens para dispersar grupos de moradores de rua.

Na terça, com o início da operação, PMs cercaram as ruas onde 400 usuários permaneciam reunidos 24 horas por dia consumindo drogas, principalmente o crack.

De acordo com o delegado-geral Marcos Carneiro Lima, a Polícia Civil também participa dessa fase.

Para o comandante da PM na região central, coronel Pedro Borges, o plano de prender todos os traficantes da cracolândia é utópico.

"Temos certeza de que não vamos acabar com o tráfico de drogas no centro. É utópico dizer que vai acabar", disse.

Anteontem, o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Camilo, afirmou que acabaria com o tráfico na cracolândia em 30 dias.

Na região, segundo a polícia, há microtraficantes. Muitos são usuários que vendem pedras para bancar o vício.

Em julho de 2009, a PM, em parceria com a prefeitura, realizou uma operação semelhante, mas o efetivo de homens na região acabou sendo gradativamente reduzido.

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