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Kaete Heymann (1921-2014)

Gravou um acervo de livros em fita cassete

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Há mais de quatro décadas, quando uma das amigas começou a perder a visão e já não conseguia mais "saborear" os romances discutidos semanalmente no grupo de leitura, Kaete Heymann passou a gravar o texto das obras em fita cassete para ajudá-la.

A fitoteca então foi crescendo e tornando-se cada vez mais conhecida. Deficientes visuais de todo o país passaram a procurar o acervo, que contava, principalmente, com livros de literatura e relacionados ao direito. Muitos estudantes se formaram na universidade graças ao trabalho voluntário de Kaete.

Em 1995, já com centenas de audiolivros, a fitoteca foi doada para a Comunidade Shalom, instituição judaica da qual ela participava.

Aos poucos o acervo foi digitalizado, ganhou voluntários para gravar mais e mais obras e passou a se chamar Audioteca Kaete Heymann.

Imigrante, Kaete deixou Berlim com a família na adolescência. Em um jogo de ping-pong no navio a caminho do Brasil, conheceu o também alemão Bernardo, com quem se casaria em 1942.

Dividia sua paixão pela leitura com as orquídeas. Em sua casa, no Alto da Lapa, zona oeste paulistana, montou uma coleção com mais de mil exemplares. Ao cruzar dois deles, criou uma nova flor, à qual deu seu próprio nome.

Gostava ainda de viajar com a família inteira e de jogar bridge, tênis e tranca --o que fez até lá pelos 80 anos.

Como a amiga, Kaete perdeu a visão, mas já na velhice. Morreu no dia 6, de pneumonia, aos 93. Viúva havia três anos, deixa dois filhos, seis netos e oito bisnetos.


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