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Comerciantes fecham lojas e se escondem até em igreja

'Parecia palco de guerra', afirma dona de banca de jornal sobre os confrontos

A caminho do trabalho, funcionária desviou de bombas de gás; gestor de galeria afixou queixa contra governantes

DE SÃO PAULO

Em meio ao tumulto, o centro de São Paulo ganhou ares de cidade sitiada. Com medo, funcionários se refugiaram dentro das lojas.

"Fechamos a porta do bar, mas a fumaça da bomba entrava do mesmo jeito. Ficamos sufocados, foi um caos", disse Eloisa Guedes, 20, que trabalha na rua 24 de maio.

Na Casas Bahia, a maioria correu para o segundo andar. Na Kalunga, que esperava inaugurar uma nova loja nesta terça-feira (16), as portas ficaram abertas por menos de uma hora.

Em outra loja do centro, funcionários assistiram em câmeras de segurança ao saque de um comércio próximo.

"Levaram tudo, até as cadeiras", conta uma das atendentes, que pediu para não ser identificada. "Foi uma correria, jogaram pedra, derrubaram orelhão. Era só estrondo."

Para evitar saques, o subgerente Adão José de Moura, 33, fechou o restaurante onde trabalha e correu para o cozinha, nos fundos. "Tinha muito barulho de bomba. Já vi outras reintegrações, mas nada como essa."

Pela manhã, quem tentava chegar ao trabalho era pego de surpresa pelo tumulto.

"Cheguei às 7h50 e o conflito já estava instalado. A Tropa de Choque estava nas ruas e dava para sentir o gás bem forte. Tive que correr o mais rápido que pude para chegar ao escritório", relata a coordenadora de marketing Alessandra Elias, 37, que trabalha na avenida São João.

BOMBA E REFÚGIO

Assim que ouviu bombas de gás perto do largo do Paissandu, Beth Teixeira, dona de uma banca de jornais, fechou as portas do comércio e se refugiou em uma igreja."Parecia um palco de guerra. Nem nos protestos do ano passado vi um negócio desse."

Já Denerval Santana, 55, viu um ônibus ser incendiado logo à frente da banca de jornal onde trabalha, ao lado do Theatro Municipal.

Minutos antes, ele conta que fechou as vitrines e, ao ver que um grupo já tentava atear fogo em tapumes, tentou alertar um fiscal da SPTrans para que tirasse os ônibus do local.

Segundo ele, a maioria foi retirada --menos um, que acabou em chamas. "Fechei tudo e corri para casa. E o perigo de explodir na minha frente?"

Ao longo do dia, outras lojas voltaram a abrir as portas. Por pouco tempo.

A Galeria do Rock fechou de manhã, tentou abrir após o almoço, mas os responsáveis desistiram.

Um aviso assinado pelo gestor Antonio de Souza Neto foi fixado na entrada. Ele reclama de governantes, que não fornecem "paz mínima necessária para garantir a vida empresarial", e diz que "há vários prédios invadidos no entorno causando uma sensação de insegurança".


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