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Associações de bairro são pegas de surpresa

Setores comerciais e religiosos comemoram

DE SÃO PAULO

Enquanto a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e a bancada evangélica na Câmara Municipal comemoravam a liberação de mais tipos de estabelecimentos e igrejas em vias locais, associações de bairro paulistanas não sabiam da nova regra.

Alex Canuto, presidente do Defenda São Paulo (entidade que congrega mais de 100 associações de moradores) disse que estava "concentrado na questão do adensamento" dos eixos de transportes, cerne do novo plano, e não notou a mudança. "É um absurdo", diz.

"Há um lobby muito forte" do setor comercial na Câmara e prefeitura", afirma Canuto.

A liberação era mesmo "um pleito antigo" da ACSP, diz Larissa Campagner, arquiteta da entidade. "Era um grande empecilho para a regularização dos pequenos."

Dorivaldo Pereira, assessor da vereadora Noemi Nonato (PSB), da bancada evangélica, diz que a medida vai regularizar muitos templos, pois estima-se que "até 90% deles" estejam em vias locais.

A proposta já estava no texto enviado pela prefeitura à Câmara, segundo o urbanista Kazuo Nakano, que coordenou no executivo o processo de revisão do Plano Diretor. "Era uma demanda antiga de diversos setores. A proibição foi uma falha da Lei de Zoneamento de 2004".

Padre Ticão, espécie de líder comunitário de Ermelino Matarazzo, na zona leste, concorda que a prioridade para a periferia é criar empregos, mas não se animou.

"Isso foi feito para a área central da cidade. Aqui tudo é irregular, até os terrenos".

Oswaldo Baccan, presidente da associação de moradores da Vila Mariana, diz que seu "temor" é que o bairro vire uma nova Vila Madalena. "Na rua Joaquim Távora [que tem muitos barzinhos] temos muito problema com barulho. Não há fiscais suficientes".

Já na Mooca, o medo é de um novo Tatuapé, diz Elizabeth Florido, líder local que também não estava sabendo da mudança. "É aquela questão que falam de aproximar morador do emprego e transporte. Mas fazer um remendo sobre o que já existe não funciona, é utópico", diz.


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