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Base do crack, cocaína viaja 2.600 km para chegar a SP Droga parte do Peru, da Colômbia e da Bolívia DE SÃO PAULOO crack consumido na cidade de São Paulo rodou, pelo menos, 2.600 km para chegar ao consumidor final. Apesar de essa droga ser produzida na Grande São Paulo, o principal "ingrediente" dela, a cocaína, não é plantada no Brasil. Levantamento da Secretaria Nacional Antidrogas mostra que a cocaína parte de três países sul-americanos: Peru, Colômbia e Bolívia. De lá, entra por estradas vicinais ou por pistas de pousos clandestinas de Acre, Amazonas, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A droga chega aos grandes centros produtores de crack, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Paraná, por meio de rodovias, contando com a omissão ou a conivência de autoridades, dizem especialistas. Ao chegar nos laboratórios clandestinos, a cocaína é misturada com bicarbonato de sódio e outros produtos para formar pequenas pedras que, geralmente, são consumidas em cachimbos. Desses laboratórios clandestinos, a droga abastece primeiramente os maiores mercados consumidores, as cracolândias das grandes cidades e os consumidores que compram em bocas de fumo. Depois, são levadas para outros Estados brasileiros. Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios divulgado em novembro do ano passado mostrou que 70% dos 5.559 municípios brasileiros já constaram a venda e consumo de crack. O mesmo estudo constatou que 98% dos municípios têm algum problema com o combate às drogas ilegais, como a ausência de políticas efetivas na área de saúde. FRONTEIRA ABERTA Coordenador da comissão de Justiça e Segurança do IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), o defensor público Renato de Vitto diz que a redução do tráfico de crack só será sentido quando houver um controle eficiente das fronteiras brasileiras por parte do governo. O sociólogo José dos Reis Santos Filho, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Violência e Políticas Alternativas da Unesp, defende acabar com a participação de policiais no crime e ampliar as investigações sobre os chefes do tráfico no Brasil. "Toda vez que penso no tráfico me lembro de uma empresa clandestina em que há uma coordenação bem feita e a presença tanto de traficantes quanto de policiais. É preciso acabar com essa estrutura." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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