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Furto a brasileiros aumenta na Argentina

Ações mais comuns são de trombadinhas, na rua Florida, em Buenos Aires; 28 passaportes são levados por dia

Aumento chamou a atenção do consulado do Brasil, que reforçou medidas e divulgou uma lista de precauções

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

Em seu discurso de posse, em dezembro do ano passado, a presidente argentina Cristina Kirchner agradeceu a presença no país dos turistas brasileiros -maior contingente de estrangeiros que visitam a Argentina.

Qualquer rápida caminhada pelo centro portenho basta para perceber que a microeconomia local hoje depende deles. O português é escutado praticamente em todas as esquinas, e muitas lojas aceitam o real como moeda.

Mas muitos turistas brasileiros andam passando por um pesadelo ao visitarem Buenos Aires.

Os casos de perda de documentos por furtos e roubos em ruas movimentadas aumentou tanto nos últimos dois anos que levou o consulado brasileiro a tomar uma série de medidas.

Além de incrementar o atendimento padrão para ajudar os turistas a tirar documentos de emergência para o retorno ao Brasil, também foi divulgada uma lista de precauções que se deve ter ao transitar por esses lugares.

As ações mais comuns são as de trombadinhas, e o local mais visado, a tradicional rua Florida, perto do acesso às Galerias Pacífico, centro de compras mais procurado da capital argentina.

Nesta rua, cerca de 28 passaportes de estrangeiros são perdidos por dia.

"A incidência aumentou muito de 2009 para cá, mas são roubos sem violência, muitas vezes até sem a pessoa perceber", diz o conselheiro Guilherme Conduru, do consulado.

Os assaltantes atuam geralmente em duplas e, às vezes, com a conivência de vendedores de rua.

"É importante não ostentar máquinas fotográficas caras, não parecer distraído e tentar não andar nunca sozinho", diz o policial Gustavo Álvarez, que vigia a esquina da Florida com a av. Córdoba.

"A gente percebe que são brasileiros de longe, pelo jeito mais relaxado e pelo idioma. Não dá para vigiar tudo", conclui o policial, com certo desconsolo.

MANTEROS

Pela rua Florida caminham diariamente mais de 5 milhões de pessoas.

Nos últimos tempos, tem havido conflitos entre lojistas e os chamados "manteros", camelôs que se alinham do começo ao fim da rua, que é fechada para a circulação de automóveis.

"A presença dos 'manteros' atrapalha o trânsito das pessoas, há mais concentração de gente e isso facilita a vida do assaltante", diz Osvaldo Souto, presidente da Associação de Amigos da Calle Florida.

"Alertaram muito a gente na agência, os guias também avisam, fiquei até com um pouco de medo de vir aqui", diz Ana Dias, 34, que na última quinta-feira deu uma passadinha no local, mas preferiu realizar suas compras no shopping Alto Palermo, numa área nobre da cidade.

Além da Florida, outros lugares que verificam grande número de incidências de furtos e roubos são os bairros da Boca, principalmente à noite, e Santelmo, onde ocorre a tradicional feira de rua, aos domingos.

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