Marido confessa morte de delegada no Rio
Corpo de Tatiene Damaris, 39, foi encontrado na cozinha de casa, no Realengo; polícia suspeitava de milícias
Segundo delegado, ele afirmou ter asfixiado vítima após discussão; polícia investiga se crime foi premeditado
O marido da delegada Tatiene Damaris, 39, encontrada morta na manhã de quinta-feira (23) em sua casa em Realengo, na zona oeste do Rio, confessou o assassinato, segundo a Polícia Civil.
O corpo da vítima foi achado no chão da cozinha. Segundo a investigação, ela foi estrangulada pelo estudante de direito Alessandro Oliveira Furtado, 39, com quem estava casada havia cinco anos.
Tatiene era assistente da 36ª DP (Santa Cruz). Investigava quadrilhas ligadas ao tráfico de drogas e a milícias.
A suspeita de que ela pudesse ter sido vítima de milicianos levou o comando da Polícia Civil a acelerar as investigações do assassinato.
Em seus primeiros relatos à polícia, Furtado disse que grupos de milicianos haviam invadido a casa. Não havia, no entanto, sinais de arrombamento no local.
Depois, o estudante admitiu que o casamento não ia bem. Segundo a polícia, chamou atenção o fato de o crime ter sido cometido após a delegada fazer um seguro de vida para o filho do casal.
"Doutor, fiz uma besteira", disse o estudante, de acordo com o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Delegacia de Homicídios do Rio.
Segundo a versão apresentada, ele discutiu com a mulher após ela ter apresentado os papéis do divórcio. Furtado relatou aos policiais que, durante a briga, Tatiene o ameaçou com uma arma.
A polícia, porém, acredita que o assassinato tenha sido premeditado. De acordo com Barbosa, o estudante usou luvas cirúrgicas e tentou modificar o local do crime.
O delegado afirma a vítima morreu entre as 4h e as 9h de quinta. O marido só chamou a polícia entre as 12h e as 13h, após voltar da faculdade.
Furtado foi preso em flagrante e indiciado por homicídio qualificado por asfixia.