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Marlene Alves dos Santos (1933-2012)

A professora fez de tudo no colégio que fundou

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Na escola que montou em 1959, na zona oeste de São Paulo, Marlene Alves dos Santos fez de tudo um pouco no começo: deu aulas para as crianças, comandou os funcionários e até dirigiu a perua que transportava os alunos.

Foi fundadora e diretora do colégio Emece, no bairro da Pompeia, onde sempre viveu.

Paulistana, era filha de um imigrante português que trabalhou como caixeiro viajante. Estudou no Santa Marcelina, fez pedagogia e, sozinha, decidiu criar a escola.

O negócio surgiu com o nome de Jardim Escola Mundo da Criança. Mas acharam extenso demais e mudaram para MC (sigla de Mundo da Criança), o que também desagradou, por ser pequeno.

A sugestão que vingou foi Emece, resultado da leitura das duas letras da sigla. Deram-lhe até um significado: "Estudas muito e conseguirás edificar", cuja autoria a escola desconhece, embora suspeite de um ex-professor.

Marlene dedicou a vida ao colégio. No auge de sua atuação, entrava às 6h e só saía do serviço à meia-noite. Não tinha tempo para tirar férias.

O Emece chegou a atender 1.200 alunos, segundo a atual gestora, Yara. Hoje, são cerca de 550 estudantes, da pré-escola ao ensino médio.

A fundadora, descrita como uma profissional rígida, afastou-se do dia a dia do colégio há quatro anos, por causa da saúde. Mas até na UTI dava as coordenadas ao sobrinho Roberto, seu braço direito nos últimos 26 anos.

Sofria de diabetes, insuficiência renal e cardíaca. Solteira, morreu na quinta (5), aos 78. A missa do sétimo dia será hoje, às 18h15, na igreja Nossa Sra. do Rosário, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br

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