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Pela primeira vez, MEC mostra correção a candidato do Enem

Aluno conseguiu na Justiça direito de ver prova; nota foi revista

THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO

O primeiro estudante a conseguir na Justiça acesso à sua prova do Enem recebeu ontem do Ministério da Educação um e-mail com a correção da redação.

O documento mostra que houve discordância entre os corretores que avaliaram o texto de Michael Cerqueira de Oliveira, 17. Em um primeiro momento, a redação foi anulada. Depois da ação judicial, noticiada pela Folha, a nota passou a ser de 880 pontos em escala de até mil.

Segundo o MEC, a disparidade entre as notas pode ter sido causada por falhas na digitalização da prova, que teriam dificultado a leitura do documento -um dos corretores pode ter considerado que ela estava em branco.

O caso levou a Defensoria Pública da União a entrar ontem com ação civil pública na Justiça Federal em que solicita que todos os candidatos que discordarem de suas notas possam ter acesso às redações feitas no Enem.

O documento que Michael recebeu ontem por e-mail mostra que sua redação passou, no total, por quatro corretores. O primeiro deu nota zero por fuga ao tema. O segundo deu 880 pontos. O terceiro, chamado de supervisor, é acionado para desempatar quando há uma grande diferença entre as notas. O supervisor também deu zero.

Como o aluno entrou na Justiça, o MEC acionou um segundo supervisor, que deu nota 880. O documento que o aluno recebeu corresponde a essa segunda avaliação.

O Inep, órgão que aplica o Enem, considerou que houve "erro material" na avaliação. A assessoria diz que considera o assunto encerrado, pois o caso do aluno foi resolvido.

Michael, que é bolsista da escola Lourenço Castanho, foi o primeiro estudante a conseguir por ordem judicial o direito de ver a prova do Enem, desde que o MEC adotou o novo formato, em 2009.

Seu caso abriu precedentes. Segundo a pasta, 71 alunos já conseguiram na Justiça o acesso às suas redações -27 também obtiveram direito a uma nova avaliação, mas suas notas foram mantidas.

DOIS EXAMES

O ministro Fernando Haddad reconheceu ontem que pode não haver as duas edições do Enem previstas em portaria do Inep. A Folha apurou que a transição na pasta é um empecilho -ele deixa neste mês o cargo para disputar a Prefeitura de SP.

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