Albert Abdalla Arida (1922-2014)
Primeiro egípcio a se naturalizar brasileiro
Tamanha sua paixão pelo Brasil, Albert Abdalla Arida tinha o maior orgulho de contar que era o primeiro egípcio naturalizado brasileiro.
Adorava um falafel e também uma feijoada. Quando a seleção canarinho enfrentou os melhores jogadores de seu país natal, não teve dúvidas em torcer pela amarelinha.
Albert sentia-se muito grato por ter sido tão bem aceito aqui, mesmo chegando já adulto, com cerca de 30 anos.
A passagem pelo Brasil era para ter sido temporária. Ele e o irmão, Edward (o segundo egípcio naturalizado brasileiro), viajaram para cá para visitar uns primos, antes de se mudarem para a Austrália.
Escultores e pintores, apresentaram peças em árabe no clube Homs, na avenida Paulista. Lá, também conheceram as irmãs Afiza e Florinda. Albert casou-se com a primeira, Edward com a segunda.
Por muitos anos, os quatro dividiram a mesma casa e criaram sob o mesmo teto os seis filhos --três de cada casal. Para as crianças, os tios também eram pais.
Fãs de Carnaval, os irmãos egípcios criaram e costuraram fantasias para concursos --tinham uma loja de aviamentos na região de 25 de Março e, depois, Albert abriu outra na zona sul paulistana.
Autor de peças de teatro, Albert incentivava o lado artístico da família, mas também ensinou muita matemática --fazia contas difíceis sem calculadora. Gostava ainda de palavras cruzadas e Sudoku.
Morreu na quarta (19), aos 92, de problemas causados pela idade. Viúvo, deixa as filhas, Leila e Soraya --Ramsés faleceu em setembro--, e quatro netos, além dos sobrinhos e sobrinhos-netos.