Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Integração é desafio de ação contra o crack Políticas de combate à droga feitas pelos governos federal e municipal são desarticuladas, afirmam especialistas Governo federal nega e diz que plano lançado em dezembro foi discutido antes com Estados e municípios DE SÃO PAULOFalta integração entre as esferas públicas de governo para combater o crack, avaliam especialistas. Segundo eles, o diálogo é escasso e as ações no setor se sobrepõem. O governo federal e a Prefeitura de São Paulo negam. "A integração é zero, com um monte de papel e de planos", diz Ronaldo Laranjeira, diretor da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ele critica a falta de liberação de recursos pelo governo federal no plano de enfrentamento ao crack -em 2010, a gestão Dilma Rousseff não reservou verba anticrack; o montante usado, R$ 201 milhões, foi sobra do orçamento do ano anterior. Além da integração, Laranjeira defende uma ação diplomática para forçar a diminuição de produção de droga na Bolívia, "dissolvendo" a rede de tráfico no Brasil. Para Salomão Rodrigues Filho, secretário regional da Associação Brasileira de Psiquiatria, o país carece de uma regra para definir o papel de cada ente no tratamento do crack. "Cada lugar está fazendo do seu jeito. Até o Judiciário criou uma ação independente da área da saúde. Com isso, muito esforço se perde." EXEMPLO Um exemplo da sobreposição entre os planos federal e municipal está no Consultório de Rua, projeto iniciado na Bahia e incorporado pelo governo Dilma em dezembro. Nele, especialistas em saúde mental, atenção básica e assistência social atuam nas ruas junto aos usuários. A cidade de São Paulo já tinha programa semelhante. Ao saber do lançamento dos consultórios de rua, informou ao Ministério da Saúde que não replicaria a iniciativa federal. A pasta aceitou a negativa e disse ter se proposto a apoiar a ação municipal. Secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Magalhães diz que há, sim, integração. Segundo ele, o programa anticrack lançado em dezembro foi discutido meses antes com Estados e municípios. O Consultório de Rua só saiu do papel, afirma, depois dessa discussão. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |